|
Texto Anterior | Índice
Abuso sexual é alvo de denúncia
DA AGÊNCIA FOLHA
O Cimi (Conselho Indigenista
Missionário) em Roraima protocolou em 20 de outubro na Procuradoria da República no Estado,
na Funasa (Fundação Nacional de
Saúde) e na Funai (Fundação Nacional do Índio), em Boa Vista,
uma denúncia de abuso sexual de
índias ianomâmis por homens do
4º Pelotão Especial de Fronteira
(PEF) do Exército.
De acordo com relatos de lideranças ianomâmis, os soldados
estariam abusando sexualmente
das índias em troca de alimentos.
Haveria também cinco filhos de
militares, frutos de relações não
consentidas.
À época, o chefe do Estado-Maior do Comando Militar da
Amazônia, general Clóvis Purper
Bandeira, negou as denúncias e
afirmou que o Exército havia registrado apenas um caso de filho
de índia com militar, em 1994.
A instalação de pelotões do
Exército em reservas indígenas,
prevista no Projeto Calha Norte,
já havia sido contestada pelos ianomâmis. Para o líder Davi Kopenawa Yanomami, a instalação de
novos quartéis vai trazer mais
problemas para sua etnia.
"Os soldados não respeitam a
gente. Vão continuar a mexer
com nossas mulheres e a trocar
comida por relações sexuais."
O presidente da Comissão de
Direitos Humanos da Câmara Federal, deputado Marcos Rollim
(PT-RS), disse que a audiência
pública, marcada para o dia 12
passado, em Brasília, para discutir
as denúncias de abuso sexual de
índias ianomâmis por militares
do 4º Pelotão, foi adiada. A nova
data ainda não foi marcada.
(ADL e KB)
Texto Anterior: Exército afirma não ter recebido notificação oficial Índice
|