São Paulo, segunda-feira, 08 de janeiro de 2001

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Abuso sexual é alvo de denúncia

DA AGÊNCIA FOLHA

O Cimi (Conselho Indigenista Missionário) em Roraima protocolou em 20 de outubro na Procuradoria da República no Estado, na Funasa (Fundação Nacional de Saúde) e na Funai (Fundação Nacional do Índio), em Boa Vista, uma denúncia de abuso sexual de índias ianomâmis por homens do 4º Pelotão Especial de Fronteira (PEF) do Exército.
De acordo com relatos de lideranças ianomâmis, os soldados estariam abusando sexualmente das índias em troca de alimentos. Haveria também cinco filhos de militares, frutos de relações não consentidas.
À época, o chefe do Estado-Maior do Comando Militar da Amazônia, general Clóvis Purper Bandeira, negou as denúncias e afirmou que o Exército havia registrado apenas um caso de filho de índia com militar, em 1994.
A instalação de pelotões do Exército em reservas indígenas, prevista no Projeto Calha Norte, já havia sido contestada pelos ianomâmis. Para o líder Davi Kopenawa Yanomami, a instalação de novos quartéis vai trazer mais problemas para sua etnia.
"Os soldados não respeitam a gente. Vão continuar a mexer com nossas mulheres e a trocar comida por relações sexuais."
O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal, deputado Marcos Rollim (PT-RS), disse que a audiência pública, marcada para o dia 12 passado, em Brasília, para discutir as denúncias de abuso sexual de índias ianomâmis por militares do 4º Pelotão, foi adiada. A nova data ainda não foi marcada.
(ADL e KB)



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