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MINISTÉRIO
Tarso elogia Lacerda e diz que vai acomodar ex-assessor dele
FERNANDA ODILLA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Mais um integrante da cúpula da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) exonerada na semana passada ganhou um cargo no governo.
Após nomear o ex-diretor
Paulo Lacerda como adido
policial em Portugal, o Ministério da Justiça vai acomodar o delegado da Polícia
Federal Renato Porciúncula
na estrutura da pasta.
"O delegado Renato Porciúncula virá trabalhar no
ministério, porque não reconheço a identificação de
"grupos" dentro da Polícia
Federal, e sim um conjunto
de servidores de alto nível,
integrantes de uma corporação do Estado brasileiro.
Quanto ao cargo que ocupará, ainda estou verificando,
mas será de elevada responsabilidade e dentro da estrutura do ministério", disse ontem à Folha o ministro da
Justiça, Tarso Genro.
Os grupos que Tarso afirma não existirem na PF são
os que, segundo relatos de
integrantes da corporação,
dividiram a corporação entre os delegados mais antigos, chefiados por Lacerda, e
os mais novos na carreira,
que desde setembro de 2007
estão sob o comando de Luiz
Fernando Corrêa.
Ontem, pela primeira vez,
o ministro falou sobre a ida
de Lacerda para Portugal.
Além de elogiar a competência do ex-diretor-geral da PF
e seu preparo para o cargo
que assumirá, disse: "Como
por lei não poderia ser renovada a sua licença do cargo
de diretor da Abin, e por outro lado não encerrou a sindicância em torno da Operação Satiagraha, entendi que
era o nome mais adequado
para assumir essa função de
alta responsabilidade".
A sucessão foi traumática
para a instituição, apesar das
tentativas do ministro de
minimizar a crise.
Braço-direito de Lacerda,
Porciúncula foi diretor de
Inteligência da PF quando
começaram as investigações
da Satiagraha. Na Abin, atuava como assessor especial de
Lacerda quando vieram à tona as suspeitas de que a
agência fez grampos ilegais.
Além de Porciúncula, a
Abin e o Gabinete de Segurança Institucional, ao qual
ela é subordinada, tentam
uma solução para acomodar
o número dois da agência:
José Milton Campana, diretor-geral adjunto também
exonerado na semana passada. O ex-diretor do Departamento de Contrainteligência
da Abin Paulo Fortunato
Pinto, outro que perdeu o
cargo, deve ficar no órgão,
mas sem cargo de chefia.
Colaborou ANDRÉA MICHAEL, da Sucursal
de Brasília
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