São Paulo, quinta-feira, 08 de janeiro de 2009

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MINISTÉRIO

Tarso elogia Lacerda e diz que vai acomodar ex-assessor dele

FERNANDA ODILLA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Mais um integrante da cúpula da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) exonerada na semana passada ganhou um cargo no governo.
Após nomear o ex-diretor Paulo Lacerda como adido policial em Portugal, o Ministério da Justiça vai acomodar o delegado da Polícia Federal Renato Porciúncula na estrutura da pasta.
"O delegado Renato Porciúncula virá trabalhar no ministério, porque não reconheço a identificação de "grupos" dentro da Polícia Federal, e sim um conjunto de servidores de alto nível, integrantes de uma corporação do Estado brasileiro.
Quanto ao cargo que ocupará, ainda estou verificando, mas será de elevada responsabilidade e dentro da estrutura do ministério", disse ontem à Folha o ministro da Justiça, Tarso Genro.
Os grupos que Tarso afirma não existirem na PF são os que, segundo relatos de integrantes da corporação, dividiram a corporação entre os delegados mais antigos, chefiados por Lacerda, e os mais novos na carreira, que desde setembro de 2007 estão sob o comando de Luiz Fernando Corrêa.
Ontem, pela primeira vez, o ministro falou sobre a ida de Lacerda para Portugal.
Além de elogiar a competência do ex-diretor-geral da PF e seu preparo para o cargo que assumirá, disse: "Como por lei não poderia ser renovada a sua licença do cargo de diretor da Abin, e por outro lado não encerrou a sindicância em torno da Operação Satiagraha, entendi que era o nome mais adequado para assumir essa função de alta responsabilidade".
A sucessão foi traumática para a instituição, apesar das tentativas do ministro de minimizar a crise.
Braço-direito de Lacerda, Porciúncula foi diretor de Inteligência da PF quando começaram as investigações da Satiagraha. Na Abin, atuava como assessor especial de Lacerda quando vieram à tona as suspeitas de que a agência fez grampos ilegais.
Além de Porciúncula, a Abin e o Gabinete de Segurança Institucional, ao qual ela é subordinada, tentam uma solução para acomodar o número dois da agência: José Milton Campana, diretor-geral adjunto também exonerado na semana passada. O ex-diretor do Departamento de Contrainteligência da Abin Paulo Fortunato Pinto, outro que perdeu o cargo, deve ficar no órgão, mas sem cargo de chefia.

Colaborou ANDRÉA MICHAEL, da Sucursal de Brasília



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