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Setor agrícola condena decreto do presidente
GABRIELA GUERREIRO
DA FOLHA ONLINE, EM BRASÍLIA
O setor agrícola também reagiu ao decreto do presidente
Lula que instituiu o Programa
Nacional de Direitos Humanos.
Segundo a Confederação Nacional da Agricultura, o programa discrimina o setor agrícola
ao afirmar que o agronegócio
viola os direitos humanos.
A presidente da CNA, senadora Kátia Abreu (DEM-TO),
acusou ontem o governo de elaborar um plano ideológico contra o agronegócio num texto
com "plataforma socialista":
"Eu vejo uma parte deste governo que tem tendência bastante radical, ideológica, de esquerda extrema. Isso é uma
plataforma socialista de governo, uma tentativa explícita de
segregação do nosso setor".
Segundo ela, o programa diz
que o agronegócio "não tem
preocupação nem compromisso com os direitos humanos"
dos pequenos lavradores.
Kátia disse que o plano estimula a realização de audiências
para discutir a reintegração de
posse de terras invadidas: "Este
plano pretende que, antes que
um juiz possa decidir se vai devolver a propriedade invadida
para o produtor, sugere uma
audiência pública com vários
participantes. Vou sentar e mediar com o crime?"
Ela pediu que Lula volte
atrás: "Se ele disse que não leu,
acredito. Mas tenho que acreditar que ele possa voltar atrás".
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