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Câmara eleva em 64% os gastos com horas extras
Casa alega que aumentaram as sessões extraordinárias
MARIA CLARA CABRAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os gastos com o pagamento
de horas extras da Câmara dos
Deputados aumentaram 64%
em 2009 com relação a 2008.
Foram R$ 44,4 milhões no ano
passado, contra R$ 27 milhões
do ano anterior -uma diferença de R$ 17,4 milhões.
As informações são da assessoria de imprensa da Casa, que
alega que o crescimento aconteceu principalmente devido
ao maior número de sessões extraordinárias -aquelas realizadas fora do período normal de
votações. Foram 74 no ano passado contra 52 um ano antes.
A interpretação do presidente da Casa, Michel Temer
(PMDB-SP), que determinou
que medidas provisórias não
barrassem mais as votações de
outras propostas, também foi
citada como justificativa .
Além disso, a Câmara argumenta que o aumento das horas extras aconteceu porque
2008 foi um ano eleitoral,
quando normalmente os congressistas estão envolvidos em
campanha nas suas bases e, por
consequência, há menos sessões de votação no plenário.
Naquele ano, 92 deputados
(de um total de 513) disputaram uma cadeira de prefeito ou
de vice nas eleições municipais.
Comparando com 2007,
(gastos de R$ 39,7 milhões), no
entanto, ano pré-eleitoral assim como 2009, também verifica-se um crescimento, de cerca
de 11,8% ou R$ 4,7 milhões.
O presidente anterior a Temer, Arlindo Chinaglia (PT-SP), era conhecido por terminar as sessões pontualmente às
19h, evitando o pagamento da
hora adicional depois disso.
Nenhum dos dois foi localizado para comentar o assunto.
Senado
O aumento dos gastos com
horas extras também aconteceu no Senado. Segundo dados
divulgados pela Secretaria de
Comunicação da Casa anteontem, foram R$ 3,7 milhões ou
4,5% a mais em 2009. Os valores subiram de R$ 83,9 milhões
em 2008 para R$ 87,7 milhões.
A diferença entre as duas Casas é que, em outubro de 2008,
o Senado elevou o valor da hora
extra paga a seus servidores em
quase 100%, subindo de R$
1.324,80 para R$ 2.641,93. Como consequência, diminuiu o
número de servidores beneficiados, em cerca de 35%, mesmo com valores pagos maiores.
Na Câmara, não houve nenhum aumento no valor do período a mais trabalhado. O número de funcionários também
permanece o mesmo, com alterações insignificantes.
Após a Folha revelar, no ano
passado, que o Senado pagou
horas extras a 3.883 funcionários em pleno recesso, o Congresso anunciou mudanças no
sistema. As promessas, porém,
não saíram do papel.
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