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São Paulo, sábado, 08 de fevereiro de 2003

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INVESTIGAÇÃO

Um dos destinos seria conta em Nova York

Ricardo Sérgio enviou ao exterior US$ 56 mi via doleiro, diz revista

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ex-diretor do Banco do Brasil Ricardo Sérgio Oliveira teria enviado US$ 56 milhões para o exterior, nos anos de 1996 e 1997, por intermédio de doleiros. Um dos destinos do dinheiro seria a conta número 310035, do Chase Manhattan (hoje JP Morgan Chase), em Nova York. Essa conta também está identificada na documentação como "Tucano". A informação é publicada hoje pela revista "IstoÉ".
De acordo com a revista, um dos doleiros que teria prestado serviços a Ricardo Sérgio é Alberto Youssef, que tem, entre seus clientes, o narcotraficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar.
Ricardo Sérgio foi tesoureiro de campanha dos tucanos Fernando Henrique Cardoso e José Serra.
"IstoÉ" apresenta cópias de documentos que fariam parte do laudo de exame financeiro 675/ 2002, com 1.057 páginas, elaborado pela Polícia Federal nos últimos meses da gestão FHC.
Segundo relato da revista com base no laudo da PF, o dinheiro saía do Brasil primeiro em direção a uma agência do Banestado (Banco do Estado do Paraná).
O mesmo esquema teria sido usado pelo ex-subsecretário de Administração Tributária do Rio na gestão Anthony Garotinho (PSB), Rodrigo Silveirinha.
A movimentação financeira da conta "Tucano" era feita, segundo os documentos publicados por "IstoÉ", por João Bosco Madeiro da Costa, ex-diretor da Previ (fundo de pensão do Banco do Brasil) e pelo advogado David Spencer -que seria representante de Ricardo Sérgio em empresas montadas em paraísos fiscais.
O dinheiro sairia do país por intermédio de uma rede de laranjas paraguaios e uruguaios, contratados pelo doleiro Youssef.
Depois de depositado na conta 1461-9 do Banestado de Nova York, o dinheiro então era transferido para a "Tucano". Segundo a "Isto É", havia uma proteção especial para dificultar a localização dessa conta.
As contas de Ricardo Sérgio e João Bosco estariam registradas em paraísos fiscais do Caribe. Era para essas contas que era enviado o dinheiro da "Tucano".
O dinheiro voltava para o Brasil "limpo" após a viagem financeira nos EUA e nos paraísos fiscais. O meio usado foi, segundo a revista "IstoÉ", uma "conta-ônibus" de "offshores" (empresas de paraísos fiscais com sigilo sobre a titularidade).


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