São Paulo, domingo, 08 de fevereiro de 2004

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PAINEL

Frigideira do Planalto
Lula tem dito a interlocutores que gostaria de fazer uma única modificação na equipe econômica: substituir o secretário do Tesouro, Joaquim Levy. Mas o presidente calcula a conveniência ou não da mudança de olho nos humores do mercado.

Voz da ortodoxia
Lula considera que vem de Joaquim Levy a maior pressão sobre Antonio Palocci (Fazenda) em defesa da manutenção de uma política econômica conservadora. O presidente não faz restrições ao secretário de Política Econômica, Marcos Lisboa, alvo de parlamentares do PT.

Currículo marcado
Petistas vêem Joaquim Levy como símbolo do malanismo, de quem fez parte da equipe por dois anos. Outro "defeito" apontado por parlamentares é o fato de ter trabalhado por oito anos, entre 1992 e 2000, no Fundo Monetário Internacional.

Mais improvisos
Assessores diretos aconselharam Lula a discursar menos de improviso para evitar a repetição de gafes presidenciais. Ele rejeitou a proposta.

Diz que fica
ACM resolveu permanecer com seu grupo político no PFL. O senador não foi aceito por PMDB, PP e PTB e rejeitou as condições impostas pelo PL para a sua filiação à sigla.

Nova polêmica
O texto do projeto de biossegurança aprovado na Câmara vai causar polêmica no Senado. Assessores de Marina Silva (Meio Ambiente) já vêem interpretação dúbia no poder de veto aos produtos transgênicos.

Medição de força
Técnicos do Meio Ambiente avaliam que um parecer negativo do Ibama ou da Anvisa, órgão da Saúde, inviabilizaria em definitivo a aprovação de um produto transgênico. Contestam que o conselho de ministros possa derrubar essa decisão, visão que prevalece na Câmara.

Mensagem para quem?
A página na internet do líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT), dá destaque a poema de Augusto de Campos que diz: "Gente é pra brilhar. Que tudo mais vá pro inferno. Este é o meu slogan".

PT com Pitta
Petistas de São Paulo discutem a formação de alianças com partidos nanicos que incluem a participação do PSL (Partido Social Liberal), um agrupamento de evangélicos que hoje abriga o ex-prefeito Celso Pitta.

Expulsão negociada
A entrada do PSL de Celso Pitta no arco de alianças do PT causou polêmica na última reunião da Executiva petista, na semana passada. Ficou combinado que o acordo só será fechado se o ex-prefeito for expulso da sigla.

Sobre as águas
Caciques tucanos notaram o silêncio de José Serra sobre as enchentes em SP. Consideram um sinal evidente de que não está interessado em disputar a sucessão de Marta Suplicy.

Sem volta
Se já não era boa, a relação do Planalto com o presidente do STF, Maurício Corrêa, piorou ainda mais. O governo afirma que havia um compromisso de fixação do teto do funcionalismo em R$ 17,3 mil. Mas o STF definiu-o em R$ 19,1 mil.

Mais uma vaga
Nelson Jobim pretende deixar o STF em 2005, depois de sair da presidência da corte. Estuda duas opções: voltar à política ou abrir escritório de advocacia. Abrirá vaga para Lula indicar seu quinto ministro no STF.

Os índios e a Índia
Questionado sobre a tensa situação entre índios e fazendeiros no sul de Mato Grosso do Sul, o governador Zeca do PT saiu-se com esta: "Eu não sei, minha filha. Eu estava na Índia, e não com os índios".

TIROTEIO

De Darcísio Perondi (PMDB), sobre a lei de biossegurança:
-A burocracia do Ibama venceu. O governo liberou a pesquisa, mas atrasará a comercialização. Vão criar a patente no Brasil e o produto será vendido primeiro no Uruguai.

CONTRAPONTO

Despacho na avenida

A viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Índia, no final de janeiro, foi uma das mais atacadas por parlamentares da oposição. Lula passou quatro dias no país para participar da festa da Independência e realizar contatos políticos, comerciais e diplomáticos.
Em um momento de folga, Lula e a primeira-dama Marisa Letícia foram conhecer o suntuoso palácio Taj Mahal, um dos principais pontos turísticos da Índia.
-Lula não pode usar o avião presidencial para uma viagem de lazer. Protocolo um pedido de informações sobre os gastos dessa viagem- discursou Rodrigo Maia (PFL), filho do prefeito do Rio, Cesar Maia.
Professor Luizinho (PT-SP), vice-líder do governo, provocou o deputado pefelista, citando uma imagem antiga do pai dele:
-Não embaça, Rodrigo. Chefe de governo despacha até quando varre o Sambódromo!


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