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Servidor da CGU usa cartão até com toalhas
Funcionários da Controladoria, responsável por fiscalizar as contas do governo, fizeram compras em drogarias e lavanderias
O técnico Anastácio Aguiar efetuou 27 saques, no total de R$ 5.719, além de pagar três contas em lavanderias
e gastar R$ 210 com a Vivo
TALITA BEDINELLI
DA AGÊNCIA FOLHA
Funcionários da CGU (Controladoria Geral da União)
-órgão responsável, entre outras funções, pela fiscalização
das contas do governo federal-
também usaram cartões corporativos para saques e compras
em locais como drogarias, lojas
de informática e lavanderias.
As informações estão disponíveis no Portal da Transparência, mantido pelo próprio
órgão, e se referem a faturas pagas durante 2007. Os três funcionários da CGU com cartões
corporativos -todos da Coordenação-Geral de Planejamento e Orçamento, em Brasília-
gastaram juntos R$ 22.115,81.
O campeão de uso foi o técnico de finanças e controle Anastácio Aguiar, com faturas no total de R$ 15.169,06. Parte da
verba foi utilizada para pagar
três contas em lavanderias,
com o valor total de R$ 155. O
funcionário também pagou
R$ 210 à Vivo S/A e efetuou 27
saques no total de R$ 5.719.
O também técnico de finanças e controle André Medeiros
usou R$ 6.159,75 em drogarias,
lojas de eletrônicos e papelarias, entre outros gastos. George Maraschin, assessor da
CGU, gastou R$ 787 com o cartão, apenas em saques.
O ministro-chefe da CGU,
Jorge Hage Sobrinho, disse anteriormente que o uso do cartão corporativo em Brasília deve ser restrito a pequenas
quantias imprescindíveis e
emergenciais. Ontem, a assessoria do órgão disse que não poderia falar especificamente sobre cada gasto de seus funcionários porque, antes, teria que
verificar as notas fiscais.
Aguiar disse à Folha que as
contas nas lavanderias se referiam à lavagem de toalhas de
mesa usadas pelo gabinete de
Hage Sobrinho. Quando questionado sobre os outros gastos,
Aguiar afirmou que as explicações sobre os gastos dos três
funcionários seriam dadas apenas pelo coordenador-geral de
Planejamento e Orçamento,
Giovanni Cândido Dematte.
O coordenador disse que somente a assessoria de imprensa do órgão poderia comentar.
A assessoria afirmou que não
existem toalhas no gabinete do
ministro e que as lavanderias
foram usadas para lavar jalecos
de médicos e enfermeiras de
um posto médico que foi montado dentro do prédio da CGU.
O órgão disse ainda que o dinheiro retirado nos saques é
usado normalmente para ressarcir funcionários que tiveram despesas urgentes, como
trocas de pneus e de óleo de
carros usados em trabalho, por
exemplo. A assessoria disse
que ontem não poderia falar
sobre cada gasto especificamente porque, antes, teria que
verificar todas as notas fiscais.
O órgão afirmou que está reduzindo os gastos com o cartão
corporativo a cada ano. Em
2006, foram usados R$ 30.268,
sendo R$ 12.827 em saques.
Já durante o ano passado o
valor baixou para R$ 22.875,
sendo R$ 8.300 em saques.
A CGU disse ainda que os
cartões corporativos permitem
um maior controle dos gastos
feitos pelo governo federal.
De acordo com a controladoria, eles substituíram a antiga
conta B -que ainda existe.
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