São Paulo, segunda-feira, 08 de fevereiro de 2010

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Governador do DF é acusado de arapongagem

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Investigado por comandar um suposto esquema de corrupção no governo do Distrito Federal, o governador José Roberto Arruda (sem partido) é acusado agora de usar a Polícia Civil para atrapalhar a investigação de grampo contra adversários.
A Polícia Civil é suspeita de abafar a prisão de dois policiais que tentavam monitorar com escutas gabinetes de deputados da oposição.
Uma das vítimas do suposto grampo ilegal é a deputada Érika Kokay (PT), que afirma ter recebido a informação de que os arapongas disseram agir a mando de Fábio Simão, ex-chefe de gabinete de Arruda e um dos alvos da operação que investiga o mensalão do DEM.
O ex-chefe da Polícia Civil, Cléber Monteiro, que pediu exoneração na semana passada, confirma que dois policiais civis goianos foram detidos na última quarta-feira próximo à Câmara Legislativa do DF e levados para a Divisão Especial de Repressão ao Crime Organizado, onde prestaram depoimento e foram liberados.
Questionado se houve pressão do governo para abafar a prisão, Monteiro disse: "Se houve, não foi para mim". Ele estava licenciado para tratar da saúde.
Oficialmente, a Polícia Civil nega as prisões. A assessoria de Arruda afirma que o governador nada tem a ver com a arapongagem nem a tentativa de abafá-la.
A Polícia Civil do DF é suspeita ainda de coagir testemunhas do mensalão do DEM. Weligton Moraes, que deixou o cargo de secretário de Comunicação na semana passada, contou à Folha que conversou com o governador sobre o receio do jornalista Edson Sombra ser vítima da polícia. Ele é testemunha da Operação Caixa de Pandora e comunicou à Polícia Federal a tentativa do governador de suborná-lo.
"Sombra me procurou dizendo que estava sendo monitorado pela Polícia Civil, que estavam preparando uma armação contra ele", afirmou Weligton Moraes, que disse ter levado a reclamação à Arruda. Moraes é apontado por Sombra como um dos intermediários da tratativa de suborno.


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