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Racha deve causar a
suspensão da CPMF
DENISE MADUEÑO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo considera inevitável
a suspensão, por pelo menos duas
semanas, da cobrança da CPMF
(Contribuição Provisória sobre
Movimentação Financeira) a partir de 16 de junho. A crise entre o
PFL e o governo impediu a conclusão da votação na Câmara e
atrasou a tramitação no Senado.
Apesar de a cúpula do PFL
anunciar que o partido votará a
emenda que prorroga a CPMF na
próxima semana, o líder do partido na Câmara, Inocêncio Oliveira
(PE), fez ameaças. "A bancada vota a favor, mas na semana que
vem, não. A bancada quer um
tempo para reflexão."
O líder condicionou a votação à
decisão dos deputados do partido
em reunião que fará na próxima
terça. O presidente do PFL, Jorge
Bornhausen, afirmou que participará da reunião da bancada e defenderá a votação da emenda.
Roseana
O presidente da Câmara, Aécio
Neves (PSDB-MG), relatou após
encontro com a presidenciável e
governadora Roseana Sarney
(PFL-MA), que haverá empenho
do PFL para votar a emenda na
próxima semana. Segundo Aécio,
Roseana disse que o PFL não vai
prejudicar o país.
O Ministério do Planejamento
já estuda onde serão feitos os cortes no Orçamento para adequar a
perda de receita, prevista em R$
400 milhões por semana.
Na avaliação do líder do governo na Câmara, Arnaldo Madeira
(PSDB-SP), a emenda que prorroga a CPMF deverá ser promulgada no final de março. Para evitar
interrupções na cobrança, a promulgação deveria acontecer até o
dia 18 de março, para cumprir o
prazo de 90 dias antes de entrar
em vigor. Pela regra atual, a cobrança acaba em 17 de junho.
Em 1999, a suspensão da cobrança por decisão judicial levou
o governo a aumentar o Imposto
sobre Operações Financeiras.
Além da CPMF, há outros projetos de interesse do governo para
serem votados. No dia 1º de abril,
vence o prazo para votação de sete
medidas provisórias, que entram
automaticamente em primeiro
lugar na pauta de votação.
Paulo Renato
O ministro da Educação, Paulo
Renato Souza, classificou a decisão do PFL de "lastimável para o
governo". "Será preciso muito
água e muitos bombeiros. Se o
presidente quiser, posso ajudar a
apagar o incêndio", declarou.
Na avaliação dele, o governo
não pode prescindir do PFL em
sua base de sustentação política.
Colaborou JULIANNA SOFIA, enviada
especial a Fortaleza
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