São Paulo, terça-feira, 08 de março de 2005

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OUTRO LADO

Empresa nega irregularidade

DA SUCURSAL DO RIO

A Light informou, por intermédio de sua assessoria de imprensa, que "utilizou instituição financeira de primeira linha" para remeter os US$ 48 milhões ao exterior e que "todas as operações" foram de responsabilidade dessa instituição, que intermediou as negociações "com as demais partes envolvidas" -ou seja, os vendedores dos títulos argentinos e americanos. O nome da instituição não foi revelado pela distribuidora.
Em resposta à Folha, a Light afirmou que "em nenhum momento procurou ocultar movimentação financeira".
Prova disso, segundo a empresa, é que "todas as operações foram contabilizadas adequadamente" nos balanços contábeis da companhia.
A Folha procurou ontem à tarde a direção do grupo Coinbra, que teria vendido títulos à Light e se comprometeu a pesquisar informações sobre os fatos. Mas, até o fechamento desta edição, não havia entrado em contato com a reportagem.
Anteontem, a Light havia informado, em nota oficial, que a compra da Eletropaulo, durante leilão de privatização em 1998, "foi efetuada em estrita obediência aos princípio legais e contábeis da legislação brasileira, atendendo a todas as regras de registro e apresentação de informações às autoridades". Na nota, a empresa havia negado que teria cometido "fraude ou outra irregularidade".
A nota referia-se à investigação sobre supostas irregularidades no envio de US$ 1 bilhão pela Light para duas subsidiárias nas Ilhas Cayman, paraíso fiscal do Caribe.
De acordo com a PF, as subsidiárias Light Overseas Investments e Lir Energy Ltda captaram com bancos europeus US$ 1 bilhão com prazo de pagamento seis meses a um ano.
O dinheiro foi repassado à Light para a compra da Eletropaulo, em sociedade com a americana AES. Em troca, a distribuidora emitiu títulos com vencimento de até 12 anos e os vendeu às suas subsidiárias no Caribe. Segundo a Polícia Federal, a suposta irregularidade estaria no fato de os títulos não terem sido resgatados, fazendo com que a dívida de US$ 1 bilhão com as subsidiárias permanecesse no balanço da companhia, o que permitiu à Light enviar posteriormente mais recursos ao exterior.


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