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OUTRO LADO
Empresa nega irregularidade
DA SUCURSAL DO RIO
A Light informou, por intermédio de sua assessoria de imprensa, que "utilizou instituição financeira de primeira linha" para remeter os US$ 48 milhões ao exterior e que "todas as operações"
foram de responsabilidade dessa
instituição, que intermediou as
negociações "com as demais partes envolvidas" -ou seja, os vendedores dos títulos argentinos e
americanos. O nome da instituição não foi revelado pela distribuidora.
Em resposta à Folha, a Light
afirmou que "em nenhum momento procurou ocultar movimentação financeira".
Prova disso, segundo a empresa, é que "todas as operações foram contabilizadas adequadamente" nos balanços contábeis
da companhia.
A Folha procurou ontem à tarde a direção do grupo Coinbra,
que teria vendido títulos à Light e
se comprometeu a pesquisar informações sobre os fatos. Mas, até
o fechamento desta edição, não
havia entrado em contato com a
reportagem.
Anteontem, a Light havia informado, em nota oficial, que a compra da Eletropaulo, durante leilão
de privatização em 1998, "foi efetuada em estrita obediência aos
princípio legais e contábeis da legislação brasileira, atendendo a
todas as regras de registro e apresentação de informações às autoridades". Na nota, a empresa havia negado que teria cometido
"fraude ou outra irregularidade".
A nota referia-se à investigação
sobre supostas irregularidades no
envio de US$ 1 bilhão pela Light
para duas subsidiárias nas Ilhas
Cayman, paraíso fiscal do Caribe.
De acordo com a PF, as subsidiárias Light Overseas Investments e Lir Energy Ltda captaram
com bancos europeus US$ 1 bilhão com prazo de pagamento
seis meses a um ano.
O dinheiro foi repassado à Light
para a compra da Eletropaulo, em
sociedade com a americana AES.
Em troca, a distribuidora emitiu
títulos com vencimento de até 12
anos e os vendeu às suas subsidiárias no Caribe. Segundo a Polícia
Federal, a suposta irregularidade
estaria no fato de os títulos não terem sido resgatados, fazendo
com que a dívida de US$ 1 bilhão
com as subsidiárias permanecesse no balanço da companhia, o
que permitiu à Light enviar posteriormente mais recursos ao exterior.
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