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JUDICIÁRIO
Vidigal quer pressa na aprovação dos indicados
STJ quer evitar que Supremo escolha todos os nomes do conselho de Justiça
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente do STJ (Superior
Tribunal de Justiça), ministro Edson Vidigal, pediu ao presidente
do Senado, Renan Calheiros
(PMDB-AL), pressa na aprovação
dos nomes que irão integrar o
CNJ (Conselho Nacional de Justiça), órgão de controle externo do
Judiciário.
O apelo esconde o receio de que
o presidente do STF (Supremo
Tribunal Federal), Nelson Jobim,
fique com o poder de escolher todos os membros do conselho. O
STF deve fazer três indicações (até
agora, indicou apenas o nome de
Jobim para presidir o conselho), e
o STJ já fez outras três.
A emenda constitucional da reforma do Judiciário, promulgada
em 8 de dezembro, previu a instalação do órgão no prazo de 180
dias depois de aprovação do Senado e nomeação do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva. Ela estabeleceu que, estourado o prazo, o
STF poderá fazer as escolhas.
Após citar esse risco, Vidigal
disse: "Nós queremos deixar um
registro público, para que o país
inteiro fique sabendo que o STJ
não embarca nessa, não. Já indicou os magistrados e defende que
eles sejam sabatinados pela Comissão de Constituição e Justiça
do Senado e que os nomes aprovados sejam encaminhados ao
presidente da República."
Essa não é a primeira vez que os
dois entram em atrito publicamente. Em dezembro, ele se queixou ao ministro Márcio Thomaz
Bastos (Justiça) sobre a forma como o colega do STF havia conduzido as negociações para aprovação da reforma do Judiciário. Para
Vidigal, Jobim defendeu interesses de seu tribunal, não da Justiça
em geral.
(SILVANA DE FREITAS)
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