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Paulinho exigiu que prefeitura cedesse centros, diz pedetista
Geraldo Vinholi diz que deixou ontem a Secretaria Municipal do Trabalho de São Paulo por se recusar a atender solicitação
Medida garantiria o repasse de R$ 13,5 milhões para a CNTM, confederação filiada à Força Sindical -central comandada por Paulinho
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O ex-secretário municipal do
Trabalho Geraldo Vinholi disse
que a cúpula do PDT o obrigou
a deixar ontem a Prefeitura de
São Paulo por não ter autorizado o atendimento de uma reivindicação do deputado federal
Paulo Pereira da Silva, o Paulinho (PDT): a transferência da
administração de dois centros
de Apoio ao Trabalho para uma
filiada da Força Sindical.
A medida garantiria o repasse de R$ 13,5 do milhões do
FAT à CNTM (Confederação
Nacional de Trabalhadores
Metalúrgicos). Paulinho é presidente da Força Sindical.
Segundo Vinholi, ao longo da
discussão, o ministro do Trabalho e então presidente do PDT,
Carlos Lupi, "disse que gostaria
que [a reivindicação] fosse
atendida". Vinholi alegou que
não teria autonomia para
transferir o controle dos centros do Estado à CNTM.
Em novembro, porém, o Codefat (Conselho Deliberativo
do Fundo de Amparo ao Trabalhador) assinou resolução permitindo a celebração direta de
convênios com entidades sem
fins lucrativos, como a CNTM.
Até então, não era possível.
Em 11 de fevereiro, a Folha
noticiou a decisão do Ministério do Trabalho de celebrar os
convênios com a CNTM, que
faria parte da recolocação dos
trabalhadores no mesmo prédio da Força Sindical. Segundo
Vinholi, a exigência de Paulinho foi pauta de uma conversa
com Lupi e de uma reunião
com representantes do Ministério do Trabalho, no mês de
novembro, em Brasília.
A conversa com Lupi, diz,
aconteceu durante uma visita
do ministro a São Paulo. "Naquele momento, a reivindicação do Paulinho era muito incisiva. Eu colocava que não tinha
condições de atender, e o Lupi,
como presidente do partido,
até querendo uma paz interna
em São Paulo, ele não pressionou, mas perguntou por que
não dava, disse que gostaria
que fosse atendido", contou Vinholi. Segundo ele, "o ministrou pediu que o atendesse".
Em novembro, diz, Vinholi
se reuniu com representantes
do Ministério do Trabalho em
Brasília. Entre os presentes,
lista Ezequiel Sousa do Nascimento, assessor do ministro,
Paulinho, e Luiz Fernando
Emediato, presidente do Codefat e assessor de Paulinho. Vinholi diz ter levado com ele a
procuradora do município para
reiterar a impossibilidade da
transferência. Dias depois, afirma, o Codefat autorizou, graças
a uma resolução, os convênios
com as entidades.
Em fevereiro, após a Folha
revelar que a transferência elevaria em 97% os gastos, a prefeitura -responsável pelos
centros- rejeitou a assinatura
do convênio com a CNTM. No
mês passado, a Executiva Nacional do partido determinou a
saída de pedetistas de cargos
públicos em cidades onde tiver
candidato à prefeitura. Paulinho é pré-candidato. Segundo
Vinholi, Paulinho teria admitido que fez essa reivindicação
durante reunião do partido em
São Paulo. Paulinho nega.
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