São Paulo, sábado, 08 de março de 2008

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Paulinho exigiu que prefeitura cedesse centros, diz pedetista

Geraldo Vinholi diz que deixou ontem a Secretaria Municipal do Trabalho de São Paulo por se recusar a atender solicitação

Medida garantiria o repasse de R$ 13,5 milhões para a CNTM, confederação filiada à Força Sindical -central comandada por Paulinho


CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O ex-secretário municipal do Trabalho Geraldo Vinholi disse que a cúpula do PDT o obrigou a deixar ontem a Prefeitura de São Paulo por não ter autorizado o atendimento de uma reivindicação do deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho (PDT): a transferência da administração de dois centros de Apoio ao Trabalho para uma filiada da Força Sindical.
A medida garantiria o repasse de R$ 13,5 do milhões do FAT à CNTM (Confederação Nacional de Trabalhadores Metalúrgicos). Paulinho é presidente da Força Sindical.
Segundo Vinholi, ao longo da discussão, o ministro do Trabalho e então presidente do PDT, Carlos Lupi, "disse que gostaria que [a reivindicação] fosse atendida". Vinholi alegou que não teria autonomia para transferir o controle dos centros do Estado à CNTM.
Em novembro, porém, o Codefat (Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador) assinou resolução permitindo a celebração direta de convênios com entidades sem fins lucrativos, como a CNTM. Até então, não era possível.
Em 11 de fevereiro, a Folha noticiou a decisão do Ministério do Trabalho de celebrar os convênios com a CNTM, que faria parte da recolocação dos trabalhadores no mesmo prédio da Força Sindical. Segundo Vinholi, a exigência de Paulinho foi pauta de uma conversa com Lupi e de uma reunião com representantes do Ministério do Trabalho, no mês de novembro, em Brasília.
A conversa com Lupi, diz, aconteceu durante uma visita do ministro a São Paulo. "Naquele momento, a reivindicação do Paulinho era muito incisiva. Eu colocava que não tinha condições de atender, e o Lupi, como presidente do partido, até querendo uma paz interna em São Paulo, ele não pressionou, mas perguntou por que não dava, disse que gostaria que fosse atendido", contou Vinholi. Segundo ele, "o ministrou pediu que o atendesse".
Em novembro, diz, Vinholi se reuniu com representantes do Ministério do Trabalho em Brasília. Entre os presentes, lista Ezequiel Sousa do Nascimento, assessor do ministro, Paulinho, e Luiz Fernando Emediato, presidente do Codefat e assessor de Paulinho. Vinholi diz ter levado com ele a procuradora do município para reiterar a impossibilidade da transferência. Dias depois, afirma, o Codefat autorizou, graças a uma resolução, os convênios com as entidades.
Em fevereiro, após a Folha revelar que a transferência elevaria em 97% os gastos, a prefeitura -responsável pelos centros- rejeitou a assinatura do convênio com a CNTM. No mês passado, a Executiva Nacional do partido determinou a saída de pedetistas de cargos públicos em cidades onde tiver candidato à prefeitura. Paulinho é pré-candidato. Segundo Vinholi, Paulinho teria admitido que fez essa reivindicação durante reunião do partido em São Paulo. Paulinho nega.


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