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Palocci concorrerá em 2010 se "superar" denúncias, diz Marta
Ex-prefeita afirma que deputado será escolhido pelo PT para disputar o governo paulista se for inocentado no STF
Ex-ministro disse, em evento do partido, que debate sobre 2010 é chance "de mostrar avanços" do governo Lula e não pode ser "rebaixado"
RUBENS VALENTE
DA REPORTAGEM LOCAL
A ex-prefeita de São Paulo
Marta Suplicy (PT-SP) disse
ontem que o ex-ministro da Fazenda e atual deputado federal
Antonio Palocci (PT) precisa
"superar" os problemas que enfrenta na Justiça para se firmar
como candidato ao governo de
São Paulo em 2010 pelo partido. Ela afirmou que a opinião é
a mesma do presidente Lula.
As declarações foram feitas à
imprensa antes de Marta participar de um evento promovido
por uma corrente do PT paulista, a Novo Rumo, que reuniu
cerca de 650 participantes e 40
políticos petistas na Câmara
Municipal, em São Paulo.
A ex-prefeita disse que, no
momento, o nome de Palocci é
"consenso" entre aqueles que
poderiam disputar o cargo. Mas
o ex-ministro precisa, segundo
ela, obter vitórias no Judiciário.
Palocci é indiciado em inquérito da Polícia Federal que tramita no STF (Supremo Tribunal
Federal) pela quebra do sigilo
bancário do caseiro Francenildo Costa, em 2006.
Também é alvo de investigação sobre desvios de recursos
na prefeitura de Ribeirão Preto
(SP), que governou duas vezes.
"No momento ele [Palocci]
tem que superar os problemas
para ser candidato. Isso é uma
avaliação do Lula e nossa também. Se forem superados, eu o
apoio, acho que é consenso no
PT. Se os problemas não forem
superados, está tudo em aberto", disse. Ela negou que, hoje,
seja candidata ao cargo.
Em palestra no mesmo evento sobre a crise econômica, Palocci falou lateralmente sobre
2010. Disse que a disputa não
deveria ser "rebaixada". "O debate do ano que vem, de 2010,
do processo eleitoral, será um
dos mais importantes da história do Brasil. A gente precisa recusar o debate rebaixado. Temos oportunidade de mostrar
os avanços significativos que
houve no governo Lula".
O ex-ministro chegou ao
evento por um acesso lateral,
que impediu o contato com os
jornalistas, ao contrário de todos os outros palestrantes.
O senador Aloizio Mercadante (PT-SP) procurou minimizar
a conversa que teve com Lula,
nesta semana, na qual, segundo
revelou ontem "O Estado de S.
Paulo", o presidente orientou o
PT paulista a apoiar a candidatura de Palocci.
"O presidente não disse para
mim que o ministro Palocci deve ser o candidato do PT. O presidente, como eu -e o presidente tem um carinho, um respeito e uma confiança muito
grande no Palocci-, acha que o
ministro pode ser, sim, o candidato do PT ao governo. Ele tem
competência, experiência e história partidária para pleitear
esse cargo", disse.
Mercadante relativizou as
denúncias que o deputado federal enfrenta no Judiciário.
"Isso o presidente sabe, e o Palocci, o nosso companheiro,
tem todos os argumentos para
enfrentar esse debate."
O presidente nacional do PT,
Ricardo Berzoini, disse que a
opinião de Lula deve ser respeitada, mas o momento não é o de
discutir nomes, e sim "de o partido se organizar para apresentar a sociedade um bom diagnóstico e um bom programa".
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