São Paulo, domingo, 08 de março de 2009

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Palocci concorrerá em 2010 se "superar" denúncias, diz Marta

Ex-prefeita afirma que deputado será escolhido pelo PT para disputar o governo paulista se for inocentado no STF

Ex-ministro disse, em evento do partido, que debate sobre 2010 é chance "de mostrar avanços" do governo Lula e não pode ser "rebaixado"


RUBENS VALENTE
DA REPORTAGEM LOCAL

A ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy (PT-SP) disse ontem que o ex-ministro da Fazenda e atual deputado federal Antonio Palocci (PT) precisa "superar" os problemas que enfrenta na Justiça para se firmar como candidato ao governo de São Paulo em 2010 pelo partido. Ela afirmou que a opinião é a mesma do presidente Lula.
As declarações foram feitas à imprensa antes de Marta participar de um evento promovido por uma corrente do PT paulista, a Novo Rumo, que reuniu cerca de 650 participantes e 40 políticos petistas na Câmara Municipal, em São Paulo.
A ex-prefeita disse que, no momento, o nome de Palocci é "consenso" entre aqueles que poderiam disputar o cargo. Mas o ex-ministro precisa, segundo ela, obter vitórias no Judiciário. Palocci é indiciado em inquérito da Polícia Federal que tramita no STF (Supremo Tribunal Federal) pela quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa, em 2006.
Também é alvo de investigação sobre desvios de recursos na prefeitura de Ribeirão Preto (SP), que governou duas vezes.
"No momento ele [Palocci] tem que superar os problemas para ser candidato. Isso é uma avaliação do Lula e nossa também. Se forem superados, eu o apoio, acho que é consenso no PT. Se os problemas não forem superados, está tudo em aberto", disse. Ela negou que, hoje, seja candidata ao cargo.
Em palestra no mesmo evento sobre a crise econômica, Palocci falou lateralmente sobre 2010. Disse que a disputa não deveria ser "rebaixada". "O debate do ano que vem, de 2010, do processo eleitoral, será um dos mais importantes da história do Brasil. A gente precisa recusar o debate rebaixado. Temos oportunidade de mostrar os avanços significativos que houve no governo Lula".
O ex-ministro chegou ao evento por um acesso lateral, que impediu o contato com os jornalistas, ao contrário de todos os outros palestrantes.
O senador Aloizio Mercadante (PT-SP) procurou minimizar a conversa que teve com Lula, nesta semana, na qual, segundo revelou ontem "O Estado de S. Paulo", o presidente orientou o PT paulista a apoiar a candidatura de Palocci.
"O presidente não disse para mim que o ministro Palocci deve ser o candidato do PT. O presidente, como eu -e o presidente tem um carinho, um respeito e uma confiança muito grande no Palocci-, acha que o ministro pode ser, sim, o candidato do PT ao governo. Ele tem competência, experiência e história partidária para pleitear esse cargo", disse.
Mercadante relativizou as denúncias que o deputado federal enfrenta no Judiciário. "Isso o presidente sabe, e o Palocci, o nosso companheiro, tem todos os argumentos para enfrentar esse debate."
O presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, disse que a opinião de Lula deve ser respeitada, mas o momento não é o de discutir nomes, e sim "de o partido se organizar para apresentar a sociedade um bom diagnóstico e um bom programa".


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