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outro lado
Fundos de pensão negam que sofram influência partidária
Diretores rechaçam relação entre vínculo com partidos políticos e decisões administrativas tomadas nos fundos estatais; José Dirceu rejeita ingerência
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os diretores dos fundos negaram que relações partidárias
tenham contribuído para suas
indicações ou eleições, além de
afirmarem que a gestão dos
fundos não sofre ingerência.
A assessoria da Previ disse
que "as decisões operacionais e
estratégicas ocorrem exclusivamente em seus órgãos internos". Sobre as relações partidárias dos diretores e as doações
eleitorais, disse que isso não era
assunto institucional. Mesmo
argumento da Funcef, que disse que "desconhece e não tem
interesse na atuação partidária
de seus integrantes." Ressaltou
que "decisões de investimentos
tomadas pela atual diretoria
são embasadas tecnicamente".
Os quatro dirigentes da Petros adotaram a palavra "nenhuma" para responder às perguntas sobre qual é o peso do
vínculo partidário na gestão. A
assessoria da Centrus também
disse não haver interferência.
O presidente da Real Grandeza afirmou que, apesar de ter
militado no PDT, "desvinculou-se de qualquer atividade
político-partidária". Funcionário de carreira de Furnas há 27
anos, ele afirma que nunca teve
relacionamento com o ex-presidente Itamar Franco.
O diretor Roberto Panisset
afirmou que trabalha há 34
anos em Furnas e que, apesar
de ser filiado ao PDT, deixou a
militância do partido em 2004.
O presidente da Fapes, Sebastião José Martins Soares,
afirmou por meio da assessoria
que "é empregado aposentado
do BNDES, onde ingressou em
1964 por concurso" e que os assuntos do fundo "são discutidos no âmbito da fundação".
O presidente da Postalis, Alexej Predtechensky, disse que
foi indicado pela "capacidade
administrativa acumulada em
mais de 30 anos de trabalho",
apesar de ter valorizado a relação com o Senado.
Ernani de Souza Coelho disse que foi admitido nos Correios em 1969 e negou que seu
trabalho sofra ingerência do
PT, ao qual é filiado. A Eletros
diz não ter notícia da influência
do PMDB sobre o fundo e que
sua direção é técnica. A Folha
não conseguiu contato na sexta
com Fachesf nem com Refer.
O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), negou
influência sobre os fundos. A
assessoria do ministro Edison
Lobão afirmou que não o localizou na sexta. O ex-ministro
Luiz Gushiken disse que não
falaria sobre o tema. A Folha
não localizou Marcelo Sereno.
O presidente do PT, Ricardo
Berzoini, não respondeu pedido de entrevista. Igualmente, o
ex-ministro José Dirceu, que,
entretanto, escreveu em seu
blog: "Não mantenho nada, nenhum poder de decisão sobre
fundos ou cargos no governo".
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