São Paulo, domingo, 08 de março de 2009

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outro lado

Fundos de pensão negam que sofram influência partidária

Diretores rechaçam relação entre vínculo com partidos políticos e decisões administrativas tomadas nos fundos estatais; José Dirceu rejeita ingerência

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os diretores dos fundos negaram que relações partidárias tenham contribuído para suas indicações ou eleições, além de afirmarem que a gestão dos fundos não sofre ingerência.
A assessoria da Previ disse que "as decisões operacionais e estratégicas ocorrem exclusivamente em seus órgãos internos". Sobre as relações partidárias dos diretores e as doações eleitorais, disse que isso não era assunto institucional. Mesmo argumento da Funcef, que disse que "desconhece e não tem interesse na atuação partidária de seus integrantes." Ressaltou que "decisões de investimentos tomadas pela atual diretoria são embasadas tecnicamente".
Os quatro dirigentes da Petros adotaram a palavra "nenhuma" para responder às perguntas sobre qual é o peso do vínculo partidário na gestão. A assessoria da Centrus também disse não haver interferência.
O presidente da Real Grandeza afirmou que, apesar de ter militado no PDT, "desvinculou-se de qualquer atividade político-partidária". Funcionário de carreira de Furnas há 27 anos, ele afirma que nunca teve relacionamento com o ex-presidente Itamar Franco.
O diretor Roberto Panisset afirmou que trabalha há 34 anos em Furnas e que, apesar de ser filiado ao PDT, deixou a militância do partido em 2004.
O presidente da Fapes, Sebastião José Martins Soares, afirmou por meio da assessoria que "é empregado aposentado do BNDES, onde ingressou em 1964 por concurso" e que os assuntos do fundo "são discutidos no âmbito da fundação".
O presidente da Postalis, Alexej Predtechensky, disse que foi indicado pela "capacidade administrativa acumulada em mais de 30 anos de trabalho", apesar de ter valorizado a relação com o Senado.
Ernani de Souza Coelho disse que foi admitido nos Correios em 1969 e negou que seu trabalho sofra ingerência do PT, ao qual é filiado. A Eletros diz não ter notícia da influência do PMDB sobre o fundo e que sua direção é técnica. A Folha não conseguiu contato na sexta com Fachesf nem com Refer.
O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), negou influência sobre os fundos. A assessoria do ministro Edison Lobão afirmou que não o localizou na sexta. O ex-ministro Luiz Gushiken disse que não falaria sobre o tema. A Folha não localizou Marcelo Sereno.
O presidente do PT, Ricardo Berzoini, não respondeu pedido de entrevista. Igualmente, o ex-ministro José Dirceu, que, entretanto, escreveu em seu blog: "Não mantenho nada, nenhum poder de decisão sobre fundos ou cargos no governo".


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