|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Infraero é alvo de mais de 100 apurações de irregularidades
Estatal é foco de investigações de TCU, CGU, Ministério Público e auditorias internas
Antes de afastamento do chefe do setor financeiro, empresa chegou a ter mais de metade dos membros
da diretoria sob suspeita
IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Alvo preferencial dos partidos de oposição na eventual
CPI do apagão aéreo, a Infraero
(Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária) responde hoje a mais de uma centena de apurações sobre supostas irregularidades.
Segundo pesquisa realizada
pela Folha, são 35 procedimentos administrativos do Ministério Público Federal, 95
processos no Tribunal de Contas da União, quatro investigações da Controladoria Geral da
União e três apurações de suas
auditorias internas que apontam graves irregularidades em
contratos comerciais.
O TCU analisa, ainda, sete
denúncias contra a Infraero.
Desde a utilização de bens públicos para fins particulares,
em Florianópolis, a questionamentos sobre permuta de terras públicas com particulares
no Espírito Santo.
A lista não pára por aí: durante uma semana e meia a Folha questionou a Procuradoria
Jurídica da estatal mas não obteve até a conclusão desta edição o número exato de processos a que a empresa responde
na Justiça. O órgão chegou a citar a existência de mais de 50
mil ações na esfera trabalhista.
Com faturamento de R$ 2,2
bilhões no ano passado, a Infraero também chegou a ter
metade de sua diretoria sob
suspeita de práticas condenáveis, antes do afastamento em
dezembro de Adenauher Figueira Nunes, que ocupava a diretoria financeira até então.
Além dele, a diretora de Engenharia, Eleuza Therezinha
Lopes, teve os sigilos quebrados pela Justiça Federal em São
Paulo. E o diretor comercial,
José Wellington Moura, deu
continuidade a um contrato
questionado até mesmo por auditoria interna da Infraero.
A procuradora jurídica da estatal, Josefina de Oliveira Pinha, e o ex-presidente da empresa e atual deputado Carlos
Wilson (PT-PE) também tiveram os sigilos quebrados a pedido do Ministério Público Federal em São Paulo.
Refrigerantes e livros
Os procedimentos administrativos do Ministério Público,
etapas preliminares de investigação antes da apresentação de
denúncia, variam bastante.
Há uma apuração no Rio
Grande do Sul sobre a licitação
realizada para a instalação de
máquinas de refrigerantes no
aeroporto Salgado Filho, em
Porto Alegre. Outra, sobre a falta de licitação para que a empresa Air Minas recebesse um
hangar no aeroporto de Pampulha, em Belo Horizonte. Uma
terceira versa sobre a concessão de espaços para a venda de
livros e revistas no aeroporto.
Segundo a procuradoria jurídica da Infraero, muitos dos
questionamentos judiciais a
que ela responde se referem a
uma nova tese da estatal nas licitações. Em vez de contratar o
menor preço, avalia-se primeiro a capacidade técnica da empresa que se propõe a executar
o serviço. O resultado é a contratação de empreiteiras que
cobram mais caro do que o preço mínimo oferecido nas concorrências. Daí viriam os questionamentos judiciais dos que
perderam a licitação.
Texto Anterior: Enquete: Na internet, "o povo" é eleito maior brasileiro Próximo Texto: Saiba mais: Prejuízo em 2006 foi de R$ 135 mi Índice
|