São Paulo, terça-feira, 08 de abril de 2008

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Para Ciro, imprensa de SP tenta difamar a ministra

Deputado diz existir um movimento "clandestino" contra Dilma e vê relação com 2010

Em entrevista a rádio do Sul, ex-ministro de Lula afirma que o senador tucano Álvaro Dias foi quem vazou dados sobre despesas de FHC

Antonio Cruz - 28.fev.2008/ABr
O deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE), ex-ministro de Lula

DA AGÊNCIA FOLHA

O deputado Ciro Gomes (PSB-CE) disse ontem que existe um movimento "clandestino", criado a partir da imprensa de São Paulo, para desmoralizar e difamar a ministra Dilma Rousseff, no episódio do dossiê criado pela Casa Civil com dados do governo FHC.
Em entrevista à Rádio Gaúcha, o deputado afirmou que o movimento ocorre no momento em que a petista aparece como uma possível candidata à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2010.
"Na medida em que se menciona a ministra Dilma -que é um quadro extraordinário, uma pessoa muito decente, uma pessoa muito capaz, muito trabalhadora- como uma possível candidata à Presidência da República, há um movimento desta máquina clandestina que tem o epicentro em São Paulo, na imprensa de São Paulo, para tentar desmoralizar, difamar, de maneira a não deixar que essa pessoa se apresente para o verdadeiro julgamento popular", disse, pela manhã.
Ciro, que faz parte da base governista, citou a revista "Veja" como sendo a "ponta de lança" do suposto "esforço difamatório" contra a ministra. "Basta a gente lembrar as acusações de que o PT recebeu dinheiro de Cuba, o que não é verdade, e de que o PT recebeu dinheiro das Farc [Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia], o que também não é verdade", disse o deputado, se referindo a reportagens da revista.
No fim de março, a "Veja" e, depois, a Folha conseguiram cópias de trechos do dossiê. A ministra negou que a pasta tenha montado um dossiê. Disse que estava sendo elaborado um "banco de dados" com as despesas do governo de FHC.
Na sexta, a Folha publicou reprodução do arquivo mostrando que ele foi produzido na Casa Civil. Dilma levantou a possibilidade de espionagem nos computadores do Planalto.
Ciro acusou o senador tucano Álvaro Dias (PR) de entregar os dados sobre os gastos de FHC à revista, com o objetivo de "estabelecer uma novela escandalosa e difamatória do governo". Dias afirmou ter tido acesso às informações, mas negou que as tenha vazado.
"Quem entregou essa informação para a revista "Veja'? Já está esclarecido. Foi o senador Álvaro Dias, um radical opositor ao governo Lula, quadro do PSDB. Não passa pela cabeça de ninguém que a ministra Dilma, querendo difamar o Fernando Henrique, fosse vazar um dossiê para a mão do senador Álvaro Dias", disse Ciro.
Ao ser questionado sobre a possibilidade de um terceiro mandato para o presidente Lula, Ciro preferiu não falar.


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