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PFL de SP lança Pinotti à prefeitura e provoca crise interna na legenda
JULIA DUAILIBI
DA REPORTAGEM LOCAL
O PFL paulista lançou ontem o
deputado federal José Aristodemo Pinotti como pré-candidato
do partido à Prefeitura de São
Paulo, o que acabou deflagrando
uma crise dentro da legenda.
O senador Romeu Tuma, que
havia colocado o seu nome à disposição da sigla, disse não ter sido
consultado sobre a decisão. Afirmou ainda que não descarta a
possibilidade de exigir prévias em
junho, prazo estipulado pela legislação eleitoral para serem realizadas as convenções e homologados os nomes dos candidatos.
"Achei a decisão uma descortesia total. Foi uma atitude unilateral", afirmou Tuma, em referência à decisão do PFL estadual, que
teve o respaldo do presidente nacional do PFL, o senador Jorge
Bornhausen (SC).
Tuma disse ter sido avisado da
decisão do PFL de lançar Pinotti
apenas na noite de anteontem.
O deputado, que se filou ao PFL
em 2003, disse que a iniciativa de
lançar o seu nome foi da legenda.
"Somos grandes amigos [Tuma e
ele]. Concordamos que a decisão
seria do partido", afirmou Pinotti.
No PSDB, que busca uma composição com o PFL ainda no primeiro turno, o lançamento da
candidatura Pinotti foi visto como uma pressão dos pefelistas para negociar o apoio aos tucanos.
"O PFL decidiu pela candidatura própria. A minha candidatura é
para valer", declarou Pinotti.
"Nós deixamos o cargo de vice
em aberto, mas o PSDB tem a disposição de partir com candidato
próprio. É uma decisão política
do PFL ter candidato na maior cidade do país", disse o deputado
federal Gilberto Kassab, líder do
partido no Estado. "A decisão de
hoje é muito clara. Iremos para a
eleição com candidato próprio",
completou o vice-governador
paulista, Cláudio Lembo.
No próprio PFL, no entanto, admite-se que, se o presidente nacional do PSDB, José Serra, fosse
candidato, o cenário mudaria: o
PFL se coligaria com o PSDB, e Pinotti ficaria como vice na chapa.
Kassab negou que tal cenário
possa ocorrer: "Serra não irá disputar a eleição e, mesmo que a
dispute, a situação hoje é difícil. O
PFL tem um quadro consolidado
de candidatura própria".
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, afirmou que o seu
partido ainda busca o apoio do
PFL. "Nós do PSDB certamente
gostaríamos muito de ter o PFL
conosco, mas respeitamos suas
decisões. Se depender do PSDB,
estaremos juntos numa parceria
que deu certo [como na eleição de
2002]. Vamos aguardar."
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