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Baixas reduziram reservas para um terço, dizem hotéis
ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Cúpula América do Sul
-Países Árabes está mobilizando um enorme aparato de segurança em Brasília, mas, se
depender das reservas hoteleiras, não será preciso tanto. Na
sexta, segundo a Associação
Brasileira da Indústria Hoteleira, as reservas confirmadas resumiam-se a um terço das
3.000 previstas inicialmente.
"Penso que a conferência está
perdendo densidade", disse o
vice-presidente da associação,
Hélder Carneiro.
Entre as baixas mais recentes
está a do príncipe herdeiro da
Arábia Saudita, Abdallah. O
hotel Kubitschek Plaza, um dos
12 selecionados para receber as
comitivas, registrou o cancelamento da reserva solicitada para 120 apartamentos. Em lugar
de Abdallah, o expoente entre
os visitantes sauditas será um
ministro de Estado. Um funcionário da Embaixada da Arábia Saudita disse à Folha por
que o príncipe herdeiro não virá: "Faltou suíte real".
Ainda assim, equipes de segurança trabalham desde a semana passada como se Brasília
fosse receber os 33 chefes de
Estado ou de governo convidados. Coordenados pelo Comando Militar do Planalto,
9.000 homens do Exército, da
Marinha, da Aeronáutica e das
polícias Federal, Rodoviária,
Militar e Civil do DF farão a segurança das autoridades desde
a Base Militar ou o Aeroporto
Nacional de Brasília.
As vias expressas serão parcialmente interditadas sempre
que os dignitários se deslocarem dos hotéis para o Centro
de Convenções Ulysses Guimarães. Batedores da Polícia Rodoviária Federal acompanharão os traslados, o Detran fechará as vias e a PF -sempre
com ao menos dez policiais por
autoridade estrangeira- vai se
distribuir pelos comboios.
Nos hotéis, os andares que
abrigarem autoridades serão
fechados e contarão com segurança 24 horas por dia.
Os eventos oficiais terão
agentes de inteligência da PF e
das Forças Armadas. Serão como sensores: à paisana, identificarão possíveis focos de crise.
A Aeronáutica fechará o espaço aéreo sobre o Plano Piloto
quase que integralmente.
Na sexta, uma equipe contratada pelo Ministério do Turismo concluiu, com o hotel Carlton, seminários destinados a
familiarizar a rede hoteleira
com os costumes árabes.
Os professores Tatiana Vidal
(brasileira) e Alan Simpson
(inglês), que trabalham e vivem
em Dubai, ensinaram aos funcionários dos hotéis que:
1) mulher estender a mão para cumprimentar um homem
nem pensar;
2) é proibido oferecer álcool,
o que inclui, por exemplo, colocar vinho no molho de carne;
3) nunca se deve ficar olhando quando homens passarem
com os dedos mínimos entrelaçados. É costume árabe.
Está previsto para o final de
semana o acabamento de salas
de rezas nos hotéis. Nesses locais, haverá a sinalização da direção em que fica Meca, cidade
sagrada para a qual os muçulmanos devem estar voltados
em suas cinco orações diárias.
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