|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
MENSALÃO/ ARQUIVO VIVO
Senador não quis revelar se seu voto foi da ex-mulher, Marta, ou de Mercadante
Para Suplicy, Lula deve ir ao Congresso se explicar
DA REPORTAGEM LOCAL
No meio do caminho tinha
Eduardo Suplicy. O senador petista, 65, deu nova demonstração
ontem de por que é considerado a
pedra no sapato do partido.
Enquanto a cúpula do PT passou as últimas 48 horas tentando
minimizar o impacto da entrevista do ex-secretário-geral Silvio
Pereira ao jornal "O Globo", Suplicy defendeu que o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva compareça ao Congresso, espontaneamente, para prestar esclarecimentos sobre a crise política.
Sugeriu, ainda, que a atual direção nacional do PT dê a "Silvinho" oportunidade de dizer o que
sabe, em detalhes, sobre as ligações de ex-dirigentes partidários
com o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza. Na entrevista, Silvio disse que procurou a
atual direção do PT por duas vezes para contar tudo o que sabe.
"Acho natural que o presidente
faça um pronunciamento e explique as coisas como elas são. Eu já
fiz essa sugestão. Ele [Lula] não
achou tão boa", declarou Suplicy
ontem, ao votar na prévia do PT
para escolha do candidato ao governo de São Paulo.
Suplicy confirmou que aconselhou Silvio Pereira, antes do depoimento dele à CPI dos Correios, a dizer toda a verdade sobre
a Land Rover que havia recebido
de presente do empresário César
Roberto Santos Oliveira, da empresa GDK, prestadora de serviços à Petrobras. Para o senador, o
partido não pode ignorar o ex-secretário-geral: "Nós do PT precisamos estar atentos a tudo o que
disse Silvio Pereira".
Em maio passado, em plena crise política, Suplicy anunciou que
assinaria o requerimento para a
criação da CPI dos Correios. Antes, em reunião da bancada do PT
no Senado, submeteu-se à decisão
da maioria de não assinar a CPI.
O episódio irritou toda a bancada e a direção do PT. Desde então,
teme ser rifado pelo partido e perder a vaga de candidato à reeleição ao Senado para Orestes Quércia (PMDB), numa eventual
aliança entre as legendas. A hipótese, no entanto, é remota devido
à popularidade do senador.
"O Suplicy é um patrimônio do
partido", disse ontem o senador
Aloizio Mercadante, adversário
de Marta Suplicy nas prévias. A
ex-prefeita promete fazer campanha para o ex-marido, independente do resultado da prévia.
Em situação delicada, Suplicy
evitou declarar o voto. Disse que
preferiu se manter "eqüidistante". "É uma decisão pessoal, extremamente difícil", disse.
(MALU DELGADO)
Texto Anterior: Na espreita: Moradores divergem sobre crise nervosa Próximo Texto: Eleições 2006/São Paulo: Mercadante vence no interior e é candidato Índice
|