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Governador janta com detido pela PF
Luiz Henrique, de SC, se reúne com empresário suspeito de obter licença ambiental irregular em Florianópolis
Para governador, Operação Moeda Verde submeteu empresários à "condenação pública'; dono de resort diz que prisão foi um "equívoco"
MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FLORIANÓPOLIS
O governador de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira
(PMDB), ofereceu jantar, na residência oficial do governo, ao
empresário Fernando Marcondes de Mattos, dono do resort
Costão do Santinho e um dos
presos na Operação Moeda
Verde da Polícia Federal.
O jantar foi anteontem à noite, no Palácio da Agronômica,
em Florianópolis, 48 horas depois de Mattos ter sido solto. "O
governador me convidou porque ficou bastante preocupado
com meu [estado] emocional."
Na semana passada, Luiz
Henrique já havia criticado a
operação, que deteve 19 de 22
pessoas com mandado de prisão temporária decretado por
suspeita de envolvimento no
suposto esquema. Sete dos
mandados foram para empresários ou executivos de três
empreendimentos milionários
na cidade. Para o governador, a
operação submeteu os empresários à "condenação pública".
No despacho da Justiça Federal que determinou as prisões, Mattos aparece como possível braço de suposta quadrilha de políticos, servidores públicos estaduais e municipais e
empresários, especializada em
autorizações ambientais irregulares para construções em
áreas de proteção ambiental.
Duas escutas telefônicas autorizadas envolvem Mattos
com o ex-funcionário da Fatma
(agência ambiental estadual)
André Luiz Dadam, um dos
quatro suspeitos que estão presos. Na primeira, os dois tratam
do pagamento de um jantar para a campanha derrotada de
Dadam a deputado estadual pelo PSDB, em 2006.
Na segunda escuta, o empresário pede pressa na liberação
do projeto ""Vilas do Santinho",
seu novo empreendimento habitacional. Em fase inicial, o
projeto está parado na Fatma.
Quando trabalhava na agência ambiental, Dadam fiscalizou e autorizou o complexo habitacional de Mattos Costão
Golf, no entorno do resort.
Mattos disse ontem que sua
prisão foi uma "violência" e um
"equívoco". Defendeu que empresários tratem da liberação
de seus processos em órgãos
públicos. ""Usamos diversos relacionamentos para fazer nossos processos saírem rápido,
senão o empresariado morre
esperando uma liberação."
O empresário disse que ajudou a campanha de Dadam por
sua ""qualificação técnica". Reclamou da vinculação, pela imprensa, de seu nome ao resort
Costão do Santinho, dizendo
que a apuração se restringe ao
projeto "Vilas do Santinho",
ainda no papel.
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