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Corregedor vê denúncias graves contra Paulinho
Para Inocêncio Oliveira, deputado ligado à Força Sindical deu explicações insuficientes sobre caso do BNDES
SIMONE IGLESIAS
MARIA CLARA CABRAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O corregedor da Câmara, deputado Inocêncio Oliveira
(PR-PE), disse ontem que as
explicações dadas por Paulo
Pereira da Silva (PDT-SP), o
Paulinho da Força Sindical,
"foram insuficientes" e que espera mais esclarecimentos sobre suposta participação do deputado em fraudes no BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
Para Inocêncio, as denúncias
são "graves" e precisam ser
mais bem explicadas.
"Acho que os esclarecimentos feitos por ele na tribuna do
plenário foram insuficientes
porque foram acusações graves. Como prova, o que tem nos
jornais até agora é pouco, mas
acho que existem mais coisas.
Se o procurador [procurador-geral da República Antonio
Fernando de Souza] está acompanhando, é porque tem alguma coisa grave aí", afirmou. Como corregedor, Inocêncio arquivou todos os processos que
apurou em sua gestão.
Inocêncio disse considerar
especialmente grave o telefonema feito pelo advogado Ricardo Tosto, preso pela Polícia
Federal e também suspeito de
envolvimento na fraude do
BNDES, a Paulinho duas horas
após deixar a carceragem, na
semana passada. "O episódio
do telefonema foi um momento de muita infelicidade", disse.
Na ligação, interceptada pela
PF com autorização judicial,
Paulinho disse que iria "mexer
os pauzinhos" no Congresso
para convocar o ministro da
Justiça, Tarso Genro, e o então
superintendente da PF em São
Paulo, Jaber Saadi, para explicar por que Tosto foi preso.
O corregedor recebeu os autos do processo no fim da manhã de ontem. A Folha apurou
que Inocêncio deverá abrir
uma sindicância para ouvir
Paulinho e outras pessoas citadas no relatório da PF.
O deputado foi notificado no
fim da tarde de que a corregedoria está analisando o processo. Ele tem até quarta-feira para prestar os esclarecimentos
que achar necessários.
Depois de receber a defesa de
Paulinho, caberá ao corregedor
sugerir abertura de inquérito
administrativo ou sindicância
ou então o arquivamento.
Depois de receber o apoio do
PDT na noite de terça, Paulinho voltou às suas atividades
habituais na Câmara. Esteve
numa comissão e participou do
plenário. "Estou tranqüilo. Depois da reunião do partido, fui
para casa, joguei baralho até
tarde e hoje [ontem] de manhã
levei minha mulher ao aeroporto. Os trabalhadores sabem
quem está por trás disso", afirmou, sem citar nomes.
Ele tentou agendar uma reunião com Antonio Fernando de
Souza, mas não conseguiu.
O deputado afirmou acreditar que o envolvimento de seu
nome nas investigações não
trará prejuízos eleitorais.
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