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Lula e Dilma ironizam convite de Serra ao PT
FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM IPOJUCA E RECIFE
O presidente Lula e a pré-candidata do PT à sucessão
presidencial, Dilma Rousseff, reagiram ontem com
sorrisos e ironia à declaração
feita na véspera pelo presidenciável do PSDB, José Serra, de que, se eleito, pretendia ter o PT em seu governo.
"Primeiro ganha-se [a eleição]", disse Lula. "Até ganhar, tem uma luta imensa, e
como eu acho que ele [Serra]
não vai ganhar, quem sabe
possa ser convidado para trabalhar no governo, se a Dilma ganhar", declarou.
"Ele [PSDB] está governando São Paulo há muito
tempo e não tem ninguém do
PT lá", afirmou Lula. "Eu,
certamente, tenho mais gente do PSDB na máquina pública do que ele tem do PT na
máquina dele."
Para Dilma, a possibilidade de o PT participar de um
eventual governo tucano é
nula. "Eu acho que temos
projetos distintos, e qualquer tentativa de dizer que
não é distinto tem que ser explicada", declarou.
"Por que [os tucanos] foram contra o presidente Lula
durante tanto tempo?",
questionou a ex-ministra.
"Por que fizeram uma oposição tão raivosa? E agora,
quando nós temos 76% de
aprovação para o governo e
mais de 90% para o presidente Lula, soa um pouco estranha essa fala", disse ela.
Serra fez a declaração anteontem, em Minas, no primeiro encontro entre os três
principais pré-candidatos à
Presidência -o tucano, a petista e Marina Silva (PV)-,
no congresso da Associação
Mineira de Municípios.
Dilma e Lula estiveram
juntos ontem, em Ipojuca
(PE). Participaram do lançamento do primeiro navio feito pelo estaleiro Atlântico
Sul, um petroleiro encomendado pela Transpetro.
Foi o primeiro evento oficial que a ex-ministra foi desde a formalização de sua pré-candidatura. Proibida de falar nessa circunstância pela
Lei Eleitoral, ela ficou na primeira fila, mas não se sentou
ao lado de Lula.
Convidada para o evento
pelos organizadores, Dilma
participou também da solenidade de batismo do navio.
Coube ao presidente do
Sindicato dos Metalúrgicos
de Pernambuco, Alberto dos
Santos, fazer a defesa mais
forte da pré-candidata.
"Se dependesse de cada
trabalhador aqui, o seu mandato seria igual ao do Fidel
Castro", disse ele a Lula, referindo-se ao ditador cubano. "Mas, como o senhor não
quer, temos a obrigação de
eleger quem o senhor indicar", declarou ele.
No final, Dilma concedeu
entrevista, enquanto Lula
seguia para o segundo evento, em Recife -entrega de casas populares e assinatura
para obras em estradas.
Dilma não foi, mas seu nome foi citado várias vezes pelo presidente. Lula lembrou,
por exemplo, da participação
dela no programa Minha Casa, Minha Vida.
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