São Paulo, sábado, 08 de junho de 2002

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PAINEL

Público-alvo
O Planalto recebeu pesquisas qualitativas que mostram que a classe média é a que mais condena o governo FHC e se opõe à candidatura Serra. Um pacote de medidas será lançado até julho para agradar esse eleitorado.

Habitação e futuro
As principais medidas são abertura de financiamento da Caixa para imóveis usados a quem ganha mais de R$ 2.000, abertura de linha de crédito com juros baixos para a construção de casas e mudanças nas regras de aposentadoria, provavelmente com aumento do teto.

Problema no bolso
Segundo as pesquisas, a classe média considera que perdeu no segundo mandato de FHC tudo o que ganhou com o Plano Real, por isso se opõe ao governo e tende a votar em Lula ou Ciro. A perda nas aplicações financeiras em razão da crise dos títulos públicos deverá piorar o quadro.

Extremos
Entre os mais pobres, a popularidade de FHC é maior em razão de programas como o Bolsa-Renda e o Bolsa-Escola. Entre os mais ricos, prevalece o medo de que a vitória de Lula provoque mudanças na economia.

Caixa de ressonância
Aos berros, em seu programa na rádio Jovem Pan, o comentarista esportivo Milton Neves reclamou, às 12h55 de ontem, das perdas nos fundos de investimento: "Roubaram o dinheiro dos investidores. Isso é roubo, é confisco. E ninguém fala nada".

Ironia do destino
Luiz Fernando Figueiredo, diretor do BC que tem sido responsabilizado pela crise na indústria de fundos de investimentos, recebeu na Bovespa o prêmio "Os Bem Sucedidos do Ano no Mercado Financeiro".

Indefinição múltipla
Garotinho (PSB) trabalha com quatro perfis para seu vice na sucessão presidencial: algum militar (a ser definido), uma nordestina (Wilma Faria), um mineiro (João Leite) e um gaúcho (Beto Albuquerque). A escolha sairá na próxima semana.

Afagos de ocasião
Tarso Genro (PT), ex-prefeito de Porto Alegre, tem elogiado Pedro Simon (PMDB), seu desafeto na política gaúcha, para atraí-lo à campanha de Lula.

Avanço territorial
Ciro Gomes (PPS) e Jorge Bornhausen (PFL) combinaram de fazer nas próximas semanas, em Brasília, encontros do presidenciável com deputados e senadores do PFL. Pelo menos 16 diretórios do partido devem apoiar a candidatura do ex-ministro.

Menos um
Ciro dispensou o voto de um eleitor, em palestra nas FMU, anteontem. Um estudante disse que definiria-se entre ele e Serra, dependendo de quem estivesse melhor nas pesquisas. "Se você decide pelas pesquisas, encomendadas pelos partidos da maioria, pode votar no Serra."

Outdoor interativo
Rafael Greca (PFL), que tenta viabilizar sua candidatura ao governo do Paraná, espalhou outdoors no Estado com uma foto sua ao lado da seguinte frase: "Tudo limpo - competência e honestidade". Dias depois, alguns deles amanheceram pichados: "Máfia do bingo".

Roseana agradece
O ministro Miguel Reale Júnior (Justiça) proibiu os agentes da Polícia Federal de declarar voto ou simpatia por algum candidato na eleição de outubro.

Nova regra
O PSB deve mudar seu estatuto na convenção. O número de representantes a que cada diretório regional tem direito na Executiva do partido não será mais definido pelo número de filiados, mas pelo percentual de votos que cada região conseguir para a eleição a deputado.

TIROTEIO

Do deputado Roberto Jefferson (PTB), sobre a Força Sindical ameaçar retirar o apoio da pré-candidatura de Ciro Gomes se Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, presidente da entidade, não for o vice do presidenciável:
- Paulinho tem a força, é uma espécie de He-Man. Vai acabar sendo ele mesmo o vice. A Sonia (Santos, outra postulante) tem apenas o sentimento.

CONTRAPONTO

Reticências retóricas

A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados estava reunida em sessão, na última quarta, quando o deputado Jair Bolsonaro (PPB-RJ) desandou a atacar o governo FHC. Bolsonaro, que no final de 99 chegou a defender o fuzilamento do presidente da República, fez uma série de afirmações pejorativas.
Pelas normas legais, os presidentes das comissões podem determinar a exclusão, dos registros taquigráficos, de termos considerados ofensivos.
Aldo Rebelo (PC do B-SP), que presidia a sessão de quarta, mandou excluir "todos os trechos" da fala de Bolsonaro que fossem inadequados.
Outro colega de comissão, Thomaz Nonô (PFL-AL), virou-se para Rebelo e brincou:
- Presidente, eu protesto. Se tirar todos os palavrões do Bolsonaro, não vai ter o que registrar do discurso...



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