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Ministério Público monta equipe para apurar denúncia na estatal
RUBENS VALENTE
ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Ministério Público Federal do
Distrito Federal anunciou ontem
a criação de uma equipe de quatro
procuradores para investigar o
suposto esquema de propina nos
Correios. Segundo nota oficial, os
motivos são "a complexidade e a
importância" do caso.
Os procuradores Bruno Acioli,
José Alfredo de Paula Silva, Luiz
Fernando Bezerra Viana e Raquel
Branquinho Nascimento atuarão
nas áreas cível e criminal.
Ontem, o Ministério Público
disse estudar "medidas judiciais"
para tentar forçar a revista "Veja"
a entregar a íntegra da conversa
mantida entre o jornalista da revista e o ex-presidente do IRB
(Resseguros Brasil) Lídio Duarte.
A revista encaminhou trechos
dos áudios, mas os procuradores
querem a conversa inteira.
Os procuradores pedirão a convocação, para depoimento, do
presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Como tem
foro privilegiado, o senador só
poderá ser convocado a depor a
pedido do procurador-geral da
República, Claudio Fonteles.
Na fita que o flagrou recebendo
propina, o ex-chefe do departamento dos Correios Maurício
Marinho faz referências indiretas
ao presidente do Senado. Diz que
Antônio Pedreira, ex-candidato a
presidente da República por um
partido nanico em 1989, representava um grupo de empresas interessadas em negócios com os
Correios. Pedreira, segundo Marinho, teria "bom relacionamento" com Renan e outros políticos.
Os procuradores querem tomar, por motivos não esclarecidos, o depoimento do ministro-chefe do Gabinete de Segurança
Institucional, Jorge Felix. O senador Ney Suassuna (PMDB-PB)
também deve ser ouvido. Ele teria
sido procurado por portadores da
fita que flagrou o esquema.
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