São Paulo, quarta-feira, 08 de junho de 2005

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Ministério Público monta equipe para apurar denúncia na estatal

RUBENS VALENTE
ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Ministério Público Federal do Distrito Federal anunciou ontem a criação de uma equipe de quatro procuradores para investigar o suposto esquema de propina nos Correios. Segundo nota oficial, os motivos são "a complexidade e a importância" do caso.
Os procuradores Bruno Acioli, José Alfredo de Paula Silva, Luiz Fernando Bezerra Viana e Raquel Branquinho Nascimento atuarão nas áreas cível e criminal.
Ontem, o Ministério Público disse estudar "medidas judiciais" para tentar forçar a revista "Veja" a entregar a íntegra da conversa mantida entre o jornalista da revista e o ex-presidente do IRB (Resseguros Brasil) Lídio Duarte.
A revista encaminhou trechos dos áudios, mas os procuradores querem a conversa inteira.
Os procuradores pedirão a convocação, para depoimento, do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Como tem foro privilegiado, o senador só poderá ser convocado a depor a pedido do procurador-geral da República, Claudio Fonteles.
Na fita que o flagrou recebendo propina, o ex-chefe do departamento dos Correios Maurício Marinho faz referências indiretas ao presidente do Senado. Diz que Antônio Pedreira, ex-candidato a presidente da República por um partido nanico em 1989, representava um grupo de empresas interessadas em negócios com os Correios. Pedreira, segundo Marinho, teria "bom relacionamento" com Renan e outros políticos.
Os procuradores querem tomar, por motivos não esclarecidos, o depoimento do ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Jorge Felix. O senador Ney Suassuna (PMDB-PB) também deve ser ouvido. Ele teria sido procurado por portadores da fita que flagrou o esquema.


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