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Tráfico impede imprensa de entrar em favela carioca com candidato
RAPHAEL GOMIDE
DA SUCURSAL DO RIO
Um dia após a militância do
candidato tucano ao governo
do Estado do Rio, Eduardo
Paes, ser ameaçada pelo tráfico
caso entrasse em morro na Penha (zona norte), os traficantes
do Jacarezinho impediram ontem a imprensa de acompanhar
o senador Marcelo Crivella
(PRB), em campanha no local.
Reunidos em uma das entradas da favela, os jornalistas foram avisados por assessor de
Crivella de que integrantes da
associação de moradores os
proibiram de entrar. O candidato percorreu as ruas do local
seguido apenas de assessores e
não manifestou surpresa, embora tenha dito que já viveu o
problema em outras campanhas e considera a situação
"antidemocrática".
"Vocês sabem que não pode
entrar, né? Desde quando fui
candidato a prefeito [2004] a
comunidade fazia restrição à
entrada de repórteres. Aconteceu em muitos lugares. É coisa
do cotidiano da cidade, mas
normal não é. Agride o princípio democrático de andar em
todos os lugares."
Questionado sobre se a proibição era da comunidade ou de
traficantes locais, disse que era
da comunidade. "Tem que perguntar a eles por quê, não a
mim", afirmou. Segundo a assessoria de Crivella, o aviso da
proibição foi dado por integrante da equipe da campanha
que mora no local. Na véspera,
dois homens em uma moto intimidaram militantes de Paes
que distribuíam panfletos.
Apesar da aparente insegurança, o senador disse que nunca teve problema em favelas
com presença do tráfico. O bispo da Igreja Universal do Reino
de Deus conta que já rezou pelos traficantes. "Sou bispo e me
pedem orações, inclusive pessoas ligadas ao tráfico. Faço
oração e sugiro que sigam um
caminho melhor."
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