Pesquisa mostra que, em uma disputa com o tucano, Marta teria apenas 19% dos votos direcionados antes ao prefeito

Entre os eleitores que votam em Alckmin no 1º turno, 56% optariam por Kassab numa eventual segunda etapa contra a ex-prefeita

CONRADO CORSALETTE
DA REPORTAGEM LOCAL

O prefeito Gilberto Kassab (DEM) costuma ser elogiado nas hostes tucanas por se manter fiel ao governador José Serra, seu antecessor e padrinho político. Tal fidelidade ao PSDB também é marca de seus eleitores, que migrariam em peso para Geraldo Alckmin em caso de disputa com a petista Marta Suplicy num eventual segundo turno da sucessão paulistana.
De acordo com a última pesquisa do Datafolha, 78% dos que pretendem votar em Kassab no primeiro turno apoiariam Alckmin contra Marta na etapa complementar da sucessão. Ela teria apenas 19% dos votos kassabistas.
A migração de votos de Alckmin para Kassab ocorreria num índice menor: 56% dos que querem votar no tucano no primeiro turno dizem que optariam por Kassab numa segunda etapa contra Marta. Dos alckmistas, ela herdaria 33%.
A diferença na migração dos votos ajuda a explicar por que, num segundo turno, o tucano bateria a petista por 50% a 45%. E por que, se a disputa fosse entre Marta e o prefeito, ela venceria por 55% a 36%.
Secretário estadual do Trabalho e coordenador do programa de governo de Kassab, Guilherme Afif (DEM) atribui a adesão menor ao prefeito ao fato de ele ainda ser "desconhecido" do eleitor.
"A partir do momento em que a campanha começar para valer, esse quadro vai mudar", afirmou Afif.
O deputado Edson Aparecido (PSDB-SP), coordenador da campanha tucana, também atribui a diferença ao fato de o prefeito não ter tido a mesma visibilidade eleitoral que tiveram Alckmin e Marta.
O deputado Carlos Zarattini (PT-SP), coordenador da campanha petista, aposta que, seguida a atual tendência das pesquisas, Alckmin e Kassab terão de intensificar o confronto entre si a fim de obter a vaga no segundo turno contra Marta. A migração de votos de um para outro no segundo turno, portanto, poderá ser menor. "Seria muito diferente se houvesse uma frente dos dois candidatos contra Marta", afirma.
Tucanos e democratas caminharam juntos nas últimas eleições em São Paulo. A aliança foi quebrada após um embate entre os tucanos. Serristas aderiram ao projeto reeleitoral de Kassab. A ala alckmista da sigla bateu o pé para concretizar o lançamento do nome do ex-governador.

Voto malufista
Pela atual simulação do primeiro turno, Marta tem 38%, seguida por Alckmin, com 31%, e Kassab, com 13%. Depois vem Paulo Maluf (PP), com 8%.
O eleitorado malufista se divide pela metade quando a opção é entre Marta e Kassab em um possível segundo turno: 40% apoiariam a petista e 42%, o prefeito.
Com Marta e Alckmin, a ex-prefeita teria 30% dos votos malufistas. Ele herdaria 61%.


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