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ELEIÇÕES 2008 / ESTRATÉGIA
Sob pressão, Kassab manda acelerar obras
Com 45 dias para subir nas pesquisas, o candidato do DEM à reeleição quer inauguração de ao menos 6 escolas em agosto
"Estamos correndo muito",
diz secretário; argumento é
que estudantes devem ser
transferidos para as novas
escolas na volta às aulas
DA REPORTAGEM LOCAL
EM SÃO PAULO
Sob pressão para que cresça
nas pesquisas em até 45 dias -
prazo fixado para que a candidatura não naufrague-, o prefeito de São Paulo, Gilberto
Kassab (DEM), pediu ao secretário de Infra-Estrutura, Marcelo Branco, empenho para que
pelo menos seis escolas sejam
inauguradas ainda em agosto.
"Estamos correndo muito.
Dentro desse esforço que determinou, faremos inaugurações em dois CEUs [Centro
Educacional Unificado]", informou Branco, ao acompanhar
Kassab na vistoria das obras do
CEU do Jardim Anhangüera.
Usando gravador de lapela e
sob direção da equipe de seu
programa eleitoral, Kassab pediu aos responsáveis pela obra
que duas escolas fossem inauguradas ali até agosto, em vez
de apenas uma, como originalmente previsto. Desde o mês
passado, o número de operários passou de 170 para 220.
O argumento é que os alunos,
hoje em escolas de três turnos,
devem ser transferidos para as
novas na volta às aulas.
Pela manhã, após autorizar a
inauguração também de uma
creche na zona norte, Kassab
anunciou a participação do tucano Alexandre Schneider na
coordenação do programa de
governo. Entre as propostas, a
adoção de turnos de sete horas
no ensino fundamental.
À tarde, Kassab - que foi
comparado por uma eleitora a
Jânio Quadro - fez corpo-a-corpo ao lado da vereadora tucana Mara Gabrilli.
Sem poder participar de
inaugurações, Kassab investiu
nas vistorias. Serão ao menos
quatro por semana."Isso é ser
prefeito", justificou.
É a fórmula para manter fôlego por um mês e meio. Na avaliação de aliados, Kassab tem
dez dias de propaganda eleitoral (iniciada no dia 19 de agosto) para esboçar reação. Até lá,
seu desafio é não desidratar.
Segundo a última pesquisa
Datafolha, o prefeito tem 13%
das intenções de votos -18
pontos atrás do segundo colocado, Geraldo Alckmin (PSDB),
com 31%. Marta Suplicy (PT) lidera a disputa, com 38%.
Após solenidade ao lado de
Kassab, o governador José Serra (PSDB) minimizou o resultado. "O processo eleitoral está
começando agora", disse.
Entre tucanos, a avaliação é
que o confronto entre Kassab e
Alckmin será inevitável.
Em nova incursão pela zona
sul, reduto de Marta, Alckmin
disse que, a despeito de o PSDB
permanecer na prefeitura, não
deixará de criticar o que chamou de "problemas da cidade".
"Vou abordar todos os problemas de São Paulo", disse ele,
após caminhada no Campo
Limpo, bairro considerado a
"entrada da zona sul".
No contato com os eleitores,
o tucano disse ter ouvido muitas reclamações. Os alvos são:
"A questão da enchente, a canalização do rio Pirajussara. Ouvi
também problemas na área de
saúde, crianças que estão aqui
há três anos para fazer uma cirurgia de hérnia. Também ouvi
[pedidos] sobre segurança".
Já a coordenação da campanha de Marta definiu ontem o
ato em que espera marcar o início da campanha. Será uma caminhada no centro de São Paulo, na segunda-feira, às 12h, a
partir da praça Ramos de Azevedo. Hoje o PT realiza seminário sobre habitação com Marta
e a deputada federal Luiza
Erundina (PSB), que foi cotada
para ser sua vice.
O ministro Márcio Fortes
(Cidades) desistiu de ir ao
evento. O seu partido, o PP, tem
como candidato Paulo Maluf.
(CATIA SEABRA, JOSÉ ALBERTO e RANIER BRAGON)
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