São Paulo, terça-feira, 08 de julho de 2008

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ELEIÇÕES 2008 / ESTRATÉGIA

Sob pressão, Kassab manda acelerar obras

Com 45 dias para subir nas pesquisas, o candidato do DEM à reeleição quer inauguração de ao menos 6 escolas em agosto

"Estamos correndo muito", diz secretário; argumento é que estudantes devem ser transferidos para as novas escolas na volta às aulas

DA REPORTAGEM LOCAL
EM SÃO PAULO

Sob pressão para que cresça nas pesquisas em até 45 dias - prazo fixado para que a candidatura não naufrague-, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), pediu ao secretário de Infra-Estrutura, Marcelo Branco, empenho para que pelo menos seis escolas sejam inauguradas ainda em agosto.
"Estamos correndo muito. Dentro desse esforço que determinou, faremos inaugurações em dois CEUs [Centro Educacional Unificado]", informou Branco, ao acompanhar Kassab na vistoria das obras do CEU do Jardim Anhangüera.
Usando gravador de lapela e sob direção da equipe de seu programa eleitoral, Kassab pediu aos responsáveis pela obra que duas escolas fossem inauguradas ali até agosto, em vez de apenas uma, como originalmente previsto. Desde o mês passado, o número de operários passou de 170 para 220.
O argumento é que os alunos, hoje em escolas de três turnos, devem ser transferidos para as novas na volta às aulas.
Pela manhã, após autorizar a inauguração também de uma creche na zona norte, Kassab anunciou a participação do tucano Alexandre Schneider na coordenação do programa de governo. Entre as propostas, a adoção de turnos de sete horas no ensino fundamental.
À tarde, Kassab - que foi comparado por uma eleitora a Jânio Quadro - fez corpo-a-corpo ao lado da vereadora tucana Mara Gabrilli.
Sem poder participar de inaugurações, Kassab investiu nas vistorias. Serão ao menos quatro por semana."Isso é ser prefeito", justificou.
É a fórmula para manter fôlego por um mês e meio. Na avaliação de aliados, Kassab tem dez dias de propaganda eleitoral (iniciada no dia 19 de agosto) para esboçar reação. Até lá, seu desafio é não desidratar.
Segundo a última pesquisa Datafolha, o prefeito tem 13% das intenções de votos -18 pontos atrás do segundo colocado, Geraldo Alckmin (PSDB), com 31%. Marta Suplicy (PT) lidera a disputa, com 38%.
Após solenidade ao lado de Kassab, o governador José Serra (PSDB) minimizou o resultado. "O processo eleitoral está começando agora", disse.
Entre tucanos, a avaliação é que o confronto entre Kassab e Alckmin será inevitável.
Em nova incursão pela zona sul, reduto de Marta, Alckmin disse que, a despeito de o PSDB permanecer na prefeitura, não deixará de criticar o que chamou de "problemas da cidade".
"Vou abordar todos os problemas de São Paulo", disse ele, após caminhada no Campo Limpo, bairro considerado a "entrada da zona sul".
No contato com os eleitores, o tucano disse ter ouvido muitas reclamações. Os alvos são: "A questão da enchente, a canalização do rio Pirajussara. Ouvi também problemas na área de saúde, crianças que estão aqui há três anos para fazer uma cirurgia de hérnia. Também ouvi [pedidos] sobre segurança".
Já a coordenação da campanha de Marta definiu ontem o ato em que espera marcar o início da campanha. Será uma caminhada no centro de São Paulo, na segunda-feira, às 12h, a partir da praça Ramos de Azevedo. Hoje o PT realiza seminário sobre habitação com Marta e a deputada federal Luiza Erundina (PSB), que foi cotada para ser sua vice.
O ministro Márcio Fortes (Cidades) desistiu de ir ao evento. O seu partido, o PP, tem como candidato Paulo Maluf. (CATIA SEABRA, JOSÉ ALBERTO e RANIER BRAGON)


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