|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PF investiga ex-assessor da liderança do DEM no Senado
Ferreira também trabalhava em empresa que negociava com construtora do esquema desvendado pela Operação João de Barro
FERNANDA ODILLA
ADRIANO CEOLIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Polícia Federal investiga a
participação de mais um ex-servidor do Senado no esquema de desvio de recursos públicos desvendado na Operação
João de Barro. Preso pela PF,
Edson José Fernandes Ferreira foi nomeado assessor parlamentar da liderança do DEM
no Senado de maio de 2007 a
abril deste ano. Mas, desde o final de 2007, trabalhava também na Sanko Sider vendendo
tubos para construtoras.
Edson Ferreira ofereceu tubos à Etenge, uma das principais construtoras do esquema
desvendado pela PF. Filho de
João Faustino, ex-deputado federal e atual subsecretário da
Casa Civil do governo paulista,
Edson é investigado também
pelas relações que mantém
com a Codevasf (Companhia de
Desenvolvimento dos Vales do
São Francisco e do Parnaíba).
Amigo de Edson, o diretor da
Codevasf Alexandre Isaac Freire foi preso na operação acusado de usar o cargo para direcionar obras em favor da Etenge.
Além de Edson Ferreira e Alexandre Freire, o diretor comercial da Sanko Sider, Márcio Bonilho, foi alvo de mandado de
prisão expedido pela Justiça.
A Sanko Sider é fornecedora
de tubos de aço para obra de
complementação da adutora
do São Francisco, na região metropolitana de Aracaju, obra do
PAC avaliada em R$ 9,5 milhões. Também é doadora da
campanha à reeleição de Lula.
Edson Ferreira ainda era servidor do Senado quando começou a oferecer tubos para construtoras em nome da Sanko Sider. O líder do DEM, senador
José Agripino (RN), confirmou
que Edson foi nomeado assessor a pedido do pai dele, que é
também suplente do presidente do Senado, Garibaldi Alves
(PMDB-RN). "Não sei em que
função ele trabalhava."
Ex-secretário de Turismo do
Rio Grande do Norte, Edson
Ferreira foi também diretor da
Adene (Agência de Desenvolvimento do Nordeste). O relator
da indicação na Comissão de
Assuntos Econômicos do Senado, em 2003, foi Garibaldi, que
atestou a competência do filho
do próprio suplente.
À Folha o presidente do Senado disse que não sabia que
Edson Ferreira havia trabalhado na liderança do DEM por
quase um ano. Ele é o segundo
ex-servidor do Senado investigado pela PF na João de Barro.
A polícia cumpriu mandado de
busca e apreensão no gabinete
de José Alcino Scarassati, no
Ministério das Cidades. Servidor aposentado do Senado, ele
perdeu o cargo na pasta das Cidades após a operação.
Seu filho, André Scarassati,
foi flagrado em escutas tentando ampliar os negócios da própria empresa, que firmou mais
de um contrato com o Senado.
Texto Anterior: Outro lado: Ministro critica decisão da Justiça Federal Próximo Texto: Outro lado: Empresário nega atuação em esquema Índice
|