São Paulo, quarta-feira, 08 de julho de 2009

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Escavações só terão início em agosto

SERGIO TORRES
ENVIADO ESPECIAL A MARABÁ (PA)

A comissão criada pelo Ministério da Defesa para buscar os desaparecidos do Araguaia só iniciará as escavações em agosto.
O Exército criou uma ouvidoria para buscar informações sobre o tema: sua tarefa será ouvir e selecionar testemunhas. As que forem consideradas convincentes, com a indicação de possíveis locais, serão levadas em conta.
Os 33 membros da comissão, reunidos desde ontem em Marabá (PA), começam hoje a percorrer os 14 pontos que serão escavados no sudeste do Pará e norte do Tocantins.
Com base nas observações de antropólogos forenses, geólogos, topógrafos, especialistas e observadores independentes, serão traçadas as estratégias para o início das escavações, que vão durar de 1º de agosto a 31 de outubro.
Inicialmente, o Exército pretendia iniciar as escavações nesta semana, mas adiou o trabalho porque a maioria dos integrantes civis não conhece a região.
Os 14 pontos foram indicados em relatórios de 13 missões anteriores de busca dos corpos e em documento oficial do Exército, de 2004, com informações sobre a guerrilha organizada nos anos 60 e 70 pelo então clandestino PC do B.
Na última quinta-feira, o camponês Odílio Morais da Silva, 69, apontou a um membro da comissão o local onde estaria enterrado Elmo Correia, o Lourival.
Morais da Silva disse a Paulo Fonteles Filho, representante do governo do Pará na comissão, que o corpo de Lourival foi sepultado clandestinamente por militares na localidade de Água Fria, em São Domingos do Araguaia: "A indicação coincide com um relato obtido em 1980 pela primeira caravana dos familiares de guerrilheiros. O camponês demonstrou ter uma memória precisa".
Segundo ele, Lourival foi envenenado por um camponês a mando de militares. Carioca, estudante de medicina, Lourival chegou ao Araguaia em 1971. Tinha 27 anos ao morrer.


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