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Imagens de depredação na Câmara
são analisadas para achar culpados
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A coordenação de segurança legislativa da Câmara dos Deputados começou a analisar ontem
imagens de destruição dos vidros
da entrada do Congresso Nacional para identificar cerca de 80
pessoas envolvidas no episódio.
Apenas duas já são conhecidas.
O procurador-geral da República, Claudio Fonteles, também pediu à Procuradoria da República
no Distrito Federal que promova
investigação para identificar os
responsáveis pela destruição dos
vidros, anteontem, durante votação da reforma da Previdência:
"As manifestações democráticas
devem ser feitas com equilíbrio e
serenidade, sem violência", disse.
Segundo Valber José de Farias,
41, responsável pelas investigações, "não há pressa" em concluir
o caso: "É melhor ter paciência e
fazer bem feito". Segundo ele, de
80 a 100 pessoas chegaram perto
dos vidros. Os seguranças agora
avaliam gravações feitas por circuito interno, fotografias de jornais e filmagens de emissoras de
TV para descobrir os culpados.
Os vidros foram quebrados
após uma marcha organizada por
sindicatos de servidores públicos
anteontem. Eles protestavam
contra a reforma da Previdência.
Ao todo, foram destruídos 52 vidros, que custarão R$ 20 mil.
O principal suspeito é Adriano
Gomes da Silva, 23, que se apresentou como funcionário dos
Correios. Seguranças testemunharam e gravaram Silva quebrando dois vidros, um com os
pés e outro com a cabeça. Depois
da depredação, Silva entrou no
Congresso, onde foi detido.
Segundo a coordenação de segurança, Silva só não ficou preso
porque deputados da ala radical
do PT interferiram no trabalho
dos agentes que o imobilizavam.
Com o fim das investigações, o
inquérito será encaminhado à
Justiça Federal. Além de processo
criminal por danos ao patrimônio
público (pena de 6 meses a 3 anos
de prisão), os responsáveis serão
processados para repararem os
prejuízos da Câmara. Se for identificado algum funcionário público, ele poderá ser demitido.
Um grupo de servidores em greve voltou a protestar na manhã de
ontem em frente ao Ministério da
Previdência. Eles queriam conversar com o ministro Ricardo
Berzoini sobre o corte nos salários
dos grevistas. Havia 200 manifestantes, segundo a PM, ou 300, segundo os organizadores. Uma comissão de dez sindicalistas foi recebida por Berzoini, que combinou uma nova reunião para hoje.
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