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São Paulo, sexta-feira, 08 de agosto de 2003

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Imagens de depredação na Câmara são analisadas para achar culpados

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A coordenação de segurança legislativa da Câmara dos Deputados começou a analisar ontem imagens de destruição dos vidros da entrada do Congresso Nacional para identificar cerca de 80 pessoas envolvidas no episódio. Apenas duas já são conhecidas.
O procurador-geral da República, Claudio Fonteles, também pediu à Procuradoria da República no Distrito Federal que promova investigação para identificar os responsáveis pela destruição dos vidros, anteontem, durante votação da reforma da Previdência: "As manifestações democráticas devem ser feitas com equilíbrio e serenidade, sem violência", disse.
Segundo Valber José de Farias, 41, responsável pelas investigações, "não há pressa" em concluir o caso: "É melhor ter paciência e fazer bem feito". Segundo ele, de 80 a 100 pessoas chegaram perto dos vidros. Os seguranças agora avaliam gravações feitas por circuito interno, fotografias de jornais e filmagens de emissoras de TV para descobrir os culpados.
Os vidros foram quebrados após uma marcha organizada por sindicatos de servidores públicos anteontem. Eles protestavam contra a reforma da Previdência. Ao todo, foram destruídos 52 vidros, que custarão R$ 20 mil.
O principal suspeito é Adriano Gomes da Silva, 23, que se apresentou como funcionário dos Correios. Seguranças testemunharam e gravaram Silva quebrando dois vidros, um com os pés e outro com a cabeça. Depois da depredação, Silva entrou no Congresso, onde foi detido.
Segundo a coordenação de segurança, Silva só não ficou preso porque deputados da ala radical do PT interferiram no trabalho dos agentes que o imobilizavam.
Com o fim das investigações, o inquérito será encaminhado à Justiça Federal. Além de processo criminal por danos ao patrimônio público (pena de 6 meses a 3 anos de prisão), os responsáveis serão processados para repararem os prejuízos da Câmara. Se for identificado algum funcionário público, ele poderá ser demitido.
Um grupo de servidores em greve voltou a protestar na manhã de ontem em frente ao Ministério da Previdência. Eles queriam conversar com o ministro Ricardo Berzoini sobre o corte nos salários dos grevistas. Havia 200 manifestantes, segundo a PM, ou 300, segundo os organizadores. Uma comissão de dez sindicalistas foi recebida por Berzoini, que combinou uma nova reunião para hoje.


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