|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
REFORMA SOB PRESSÃO
Deputados ajudam a aprovar contribuição de inativos
Petistas que não votaram recuam e são "absolvidos"
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BRASÍLIA
DA ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA
O presidente nacional do PT, José Genoino, disse ontem que o fato de os oito deputados do partido
que se abstiveram da votação do
texto principal da reforma da Previdência terem aprovado a cobrança dos inativos deve isentá-los de punições.
"Com a votação [da madrugada] de ontem, tudo se resolve politicamente. Vou solicitar ao diretório que não haja nenhum tipo
de punição", disse Genoino.
Durante a sessão de terça-feira,
quando os oito se abstiveram, Genoino falou em expulsão. Mas, em
seguida, moderou o tom.
Os deputados negaram ontem
que seu apoio ao governo na votação de ontem de madrugada,
quando foi mantido no texto da
reforma a cobrança de contribuição previdenciária de servidores
inativos, tenha sido um recuo.
Esse item da reforma foi aprovado em votação apertada (326
votos a 163). O governo precisava
de 308 votos.
Segundo os petistas, se a taxação dos inativos fosse derrubada,
eles ficariam com o estigma de terem apoiado uma proposta do
PFL, partido que apresentou o
destaque para retirar a cobrança
do texto.
Apesar de terem se posicionado
contra a taxação dos inativos durante a tramitação da reforma na
Câmara, os deputados argumentaram que votaram a favor para
garantir que os aposentados não
terão descontos maiores do que o
limite estabelecido pela União.
Pela reforma da Previdência, os
inativos terão desconto de 11% sobre a quantia que exceder R$
1.200. O governo ainda pretende
votar uma emenda fixando esse
valor em R$ 1.440 para os servidores federais.
"Se a taxação não fosse aprovada, governadores e prefeitos poderiam taxar os aposentados no
valor que quisessem. Agora, pelo
menos, há um limite", afirmou o
deputado Paulo Rubem (PE).
Além dele, também se abstiveram da votação do texto principal
da reforma da Previdência os deputados petistas Walter Pinheiro
(BA), Chico Alencar (RJ), Maninha (DF), Ivan Valente (SP),
Mauro Passos (SC), João Alfredo
(CE) e Orlando Fantazzini (SP).
No entanto, os três deputados
que votaram contra o governo
nas duas votações -Babá (PA),
Luciana Genro (RS) e João Fontes
(SE)- devem ser expulsos do PT.
Apesar da orientação de Genoino, nem todos os governistas concordam com a absolvição dos oito
petistas.
O deputado Professor Luizinho
(PT-SP), um dos vice-líderes do
governo, defendeu a punição do
grupo mesmo depois da mudança de posição. "Uma votação não
anula a outra", disse ele.
(FERNANDA KRAKOVICS E JULIA DUAILIBI)
Texto Anterior: Berzoini diz que teto para juízes é avanço Próximo Texto: Frase Índice
|