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"Eles se entregaram", diz dono de hotel no Rio
SÉRGIO RANGEL
ENVIADO ESPECIAL A ARARUAMA (RJ)
Dono da Estalagem Pirata,
Reinaldo Sá Forte disse ontem
não acreditar que os boxeadores cubanos foram presos pelos
policiais militares na tarde do
dia 2 em Araruama (115 Km do
Rio). O proprietário da pousada
afirmou acreditar que os atletas pediram ajuda aos policiais
para voltarem ao país.
A Estalagem foi a último local que serviu de abrigo a Erislandy Lara, 24, e Guillermo Rigondeaux, 26. Os dois fugiram
da Vila do Pan no dia 20 e foram
considerados desertores pela
delegação cubana.
""Eles eram bem discretos. Na
quinta, os dois saíram para almoçar e voltaram com a polícia.
Em nenhum momento os policiais disseram que os cubanos
tinham sido presos. Eles chegaram sem algemas, foram aos
seus quartos, pagaram a conta
daqui e foram embora com os
policiais. A impressão que tive
era que os dois queriam voltar
para casa. Até as malas deles já
estavam prontas. Na verdade,
eles se entregaram", disse Forte, que alugou cada quarto da
modesta pousada por R$ 50 por
dia para cada atleta. O hotel fica
localizado na praia Seca, região
turística do município.
Segundo o dono da pousada,
os cubanos chegaram à Estalagem Pirata no dia 30 acompanhado de dois brasileiros -um
taxista e um guia de turismo.
""Eles foram apresentados como colombianos, que haviam
participado do Pan. Tratávamos tudo com os brasileiros,
que ficaram o tempo inteiro
com eles. Como não sei falar espanhol, só nos cumprimentávamos", disse Forte.
O proprietário da pousada
contou que os boxeadores passavam o dia dentro do quarto
ou fazendo exercícios físicos na
piscina. ""Eles só saíam daqui
para comer, já que não servíamos refeições", disse Forte.
Na quinta, o delegado-chefe
da Polícia Federal de Niterói,
Felício Laterça, disse que a dupla de cubanos havia sido detida por policias militares por
não terem nenhum documento. Dois dias depois, os dois seguiram para Cuba num avião
fretado pelo governo local. Neste período, os boxeadores não
deram entrevista.
De acordo com Laterça, os
cubanos se recusaram receber
o status de refugiado do governo brasileiro.
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