São Paulo, quarta-feira, 08 de agosto de 2007

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"Eles se entregaram", diz dono de hotel no Rio

SÉRGIO RANGEL
ENVIADO ESPECIAL A ARARUAMA (RJ)

Dono da Estalagem Pirata, Reinaldo Sá Forte disse ontem não acreditar que os boxeadores cubanos foram presos pelos policiais militares na tarde do dia 2 em Araruama (115 Km do Rio). O proprietário da pousada afirmou acreditar que os atletas pediram ajuda aos policiais para voltarem ao país.
A Estalagem foi a último local que serviu de abrigo a Erislandy Lara, 24, e Guillermo Rigondeaux, 26. Os dois fugiram da Vila do Pan no dia 20 e foram considerados desertores pela delegação cubana.
""Eles eram bem discretos. Na quinta, os dois saíram para almoçar e voltaram com a polícia. Em nenhum momento os policiais disseram que os cubanos tinham sido presos. Eles chegaram sem algemas, foram aos seus quartos, pagaram a conta daqui e foram embora com os policiais. A impressão que tive era que os dois queriam voltar para casa. Até as malas deles já estavam prontas. Na verdade, eles se entregaram", disse Forte, que alugou cada quarto da modesta pousada por R$ 50 por dia para cada atleta. O hotel fica localizado na praia Seca, região turística do município.
Segundo o dono da pousada, os cubanos chegaram à Estalagem Pirata no dia 30 acompanhado de dois brasileiros -um taxista e um guia de turismo. ""Eles foram apresentados como colombianos, que haviam participado do Pan. Tratávamos tudo com os brasileiros, que ficaram o tempo inteiro com eles. Como não sei falar espanhol, só nos cumprimentávamos", disse Forte.
O proprietário da pousada contou que os boxeadores passavam o dia dentro do quarto ou fazendo exercícios físicos na piscina. ""Eles só saíam daqui para comer, já que não servíamos refeições", disse Forte.
Na quinta, o delegado-chefe da Polícia Federal de Niterói, Felício Laterça, disse que a dupla de cubanos havia sido detida por policias militares por não terem nenhum documento. Dois dias depois, os dois seguiram para Cuba num avião fretado pelo governo local. Neste período, os boxeadores não deram entrevista.
De acordo com Laterça, os cubanos se recusaram receber o status de refugiado do governo brasileiro.


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