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Opportunity reduz sangria depois de perder R$ 1,8 bi
ROBERTO MACHADO
DA SUCURSAL DO RIO
Um mês após a Operação Satiagraha, que levou os principais executivos do Opportunity
à prisão, os resgates do banco
de Daniel Dantas somam R$ 1,8
bilhão- a maior parte feita nos
dias posteriores à ação da PF.
Como os resgates obedecem
a um cronograma de até 90
dias, as posições do banco nos
rankings da Anbid (Associação
Nacional dos Bancos de Investimento) seguem inalteradas.
O Opportunity Asset Management ocupa a 20ª posição no
ranking de administradores,
com patrimônio de R$ 16,3 bilhões. Internamente, a avaliação é de que, na pior das hipóteses, esse volume cairá para R$
14 bilhões nos próximos meses.
Nos últimos dias, gestores de
administração de recursos de
terceiros já trabalham com um
cenário de estabilização do patrimônio líquido, o que até os
concorrentes julgam surpreendentemente positivo na crise.
Em 2004, numa crise semelhante, o banco chegou a perder
10% do patrimônio- recuperados nos seis meses posteriores.
Mesmo assim, o Opportunity
Asset já iniciou uma espécie de
reposicionamento no mercado
de gestão de recursos de clientes (pessoas físicas, empresas e
outros fundos) de alto poder
aquisitivo. O primeiro passo está em vias de ser concluído: a
transferência da administração
dos fundos do Opportunity ao
BNY Mellon Serviços Financeiros- subsidiária brasileira
do Bank of New York Mellon,
gigante do mercado financeiro
americano que administra US$
23 trilhões em todo o mundo.
No Brasil, o Mellon administra mais de mil fundos de investimento de cerca de cem instituições, totalizando R$ 62 bilhões. Essa transferência já estava sendo analisada antes da
Operação Satiagraha, mas é
considerada uma "blindagem"
para clientes do Opportunity,
porque a responsabilidade sobre a parte administrativa dos
fundos (inclusive junto à CVM)
ficará com o BNY Mellon.
Esse reposicionamento está
sendo conduzido pelo principal
executivo do Opportunity Asset, Dório Ferman, braço direito de Dantas para assuntos financeiros. Aos 61 anos, ele se
preparava para sair da operação diária e exercer só a supervisão dos fundos, mas adiou os
planos com a Satiagraha. A
amigos, Ferman diz que evitou
baixas na equipe e estabilizou
as operações, mas depois chegará a hora de "repensar tudo".
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