São Paulo, terça-feira, 08 de setembro de 2009

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Protestos marcam Sete de Setembro em Brasília e Rio; em SP, Serra não apareceu

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA SUCURSAL DO RIO
DA REPORTAGEM LOCAL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM APARECIDA

Já caminhava para o fim do desfile de Sete de Setembro, ontem em Brasília, quando cerca de cem estudantes aproveitaram o evento da Independência do Brasil para pedir a saída do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), ausente na solenidade.
Carregando faixas com os dizeres "Sai Ney", "Fora Sarney" e cartões vermelhos, os estudantes derrubaram grades de segurança e ocuparam uma área livre da Esplanada dos Ministérios.
Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Nicolas Sarkozy não viram os manifestantes -uma arquibancada encobriu sua visão.
Houve troca de empurrões e xingamentos entre estudantes e seguranças presidenciais, sem graves incidentes. Um deles foi imobilizado.
Estiveram também no desfile 14 ministros. Cerca de 10 mil pessoas presenciaram a parada, segundo a Polícia Militar do Distrito Federal.

Rio
Sob protestos do Grito dos Excluídos e de ex-soldados especialistas demitidos pela Aeronáutica, o desfile no Rio contou com cerca de 8.000 pessoas. Os ex-militares protestaram por terem sido dispensados seis anos depois de aprovação em concurso.
Segundo a associação que representa a categoria, 15 mil foram demitidos. A Aeronáutica alega que a seleção era para temporários, o que os demitidos contestam, com base nos editais de 1994 a 1999, que não fazem referência a isso.

São Paulo
Sem a presença do governador José Serra (PSDB), cerca de 30 mil pessoas, conforme a organização do evento, participaram ontem do desfile em São Paulo, no Sambódromo do Anhembi, na zona norte.
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), acompanhou o evento ao lado de secretários estaduais e municipais e membros do Judiciário.
Segundo sua assessoria, o governador sofreu anteontem uma "forte indisposição".
Em Campinas, além da saída de Sarney, manifestantes pediram o fechamento do Senado com faixas e cartazes.
Panfleto do PSOL dizia que o fechamento "sem dúvida seria um grande passo para combater as elites" e "um avanço para a democracia".
Em Aparecida (SP), o arcebispo dom Raymundo Damasceno Assis, disse ontem que o Grito dos Excluídos, protesto liderado pela Igreja Católica há 15 anos, não conta mais, no Santuário Nacional de Aparecida, com uma presença maciça dos movimentos sociais e, por isso, poderia ser "repensado".
"Protestar por protestar é bom, mas é importante ter propostas concretas. A gente às vezes muda comportamentos através de ações muito concretas, que mexem na vida das pessoas. Quando ficamos apenas no campo muito teórico, talvez [a gente] não atinja o coração das pessoas", disse.


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