|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Chávez manda espada de Bolívar como presente
PLÍNIO FRAGA
DA REPORTAGEM LOCAL
Como presente pelo aniversário
de 57 anos comemorado anteontem e por sua votação no primeiro turno, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, mandou para o petista Luiz Inácio Lula da Silva uma réplica da "espada da revolução bolivariana".
É uma peça mítica para os venezuelanos. A original, mantida desde 1974 no cofre do Banco Central
do país, pertenceu ao militar revolucionário Simón Bolívar
(1783-1830), que liderou a independência de Venezuela, Colômbia, Equador, Peru e Bolívia.
Lula recebeu o presente de parlamentares venezuelanos. A réplica veio acompanhada de uma
mensagem pessoal de Chávez ao
petista: "No Brasil, a revolução será iniciada por meio da eleição de
Lula", afirma o texto.
Anteontem, Chávez já havia
usado seu programa em cadeia
nacional de televisão na Venezuela, chamado "Alô, Presidente",
para enviar mensagem de aniversário a Lula, lembrando que a data
coincidia com as eleições: "Milhões de brasileiros devem estar
votando em suas esperanças, em
suas idéias, pacificamente e na democracia. Boa sorte e o povo decidirá quem deve ser o próximo
presidente do Brasil. Brasil e Venezuela vão em direção a um futuro comum no século 21".
Diplomatas venezuelanos fizeram circular por Brasília, na sexta-feira à noite, especulações de
que grupos opositores a Chávez
antecipariam para anteontem um
locaute, cuja motivação seria também prejudicar a candidatura de
Lula na eleição brasileira.
No mesmo dia em que citou o
petista, Chávez afirmou que os
serviços de inteligência do país
haviam desmantelado uma tentativa de golpe contra seu governo.
O PT tentar evitar o máximo
possível vincular Lula a Chávez. O
petista afirma que mantém boas
relações com o presidente venezuelano, diz que o aconselha a
ampliar o diálogo com a sociedade de seu país e nega a possibilidade de formação de uma frente antiamericana, ao lado de Chávez e
do ditador cubano Fidel Castro.
As relações entre Lula e Chávez
estão no centro das preocupações
dos Estados Unidos. Foi um dos
principais temas questionados
pelo embaixador Richard Haass,
diretor do Escritório de Planejamento de Políticas do Departamento de Estado do EUA (assessor do secretário de Estado, Colin
Powell), durante reunião com petistas no final de agosto.
Com temor de aumentar a desconfiança internacional, Lula tem
dado declarações cautelosas a respeito: "Acho que a Venezuela é
um parceiro interessante para o
Brasil. É bom dizer que o presidente Fernando Henrique Cardoso mantém uma relação muito
boa com a Venezuela. Somos países fronteiriços. Não temos que
estar preocupados com o que os
outros pensam das nossas relações", disse a correspondentes.
Lula se reuniu anteontem também com parlamentares e políticos da Argentina, Bolívia, Chile,
Guatemala, México, Nicarágua,
Paraguai, Peru e Uruguai, entre
eles o mexicano Cuauhtémoc
Cárdenas, ex-prefeito da Cidade
do México.
Texto Anterior: Derrota de Benedita facilita aproximação com Garotinho Próximo Texto: Na TV, petista deve elevar tom de crítica ao governo Índice
|