São Paulo, terça-feira, 08 de outubro de 2002

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Tucano vai para o 2º turno devido à performance em 6 colégios eleitorais

IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A passagem de José Serra (PSDB) para o segundo turno foi garantida pelo seu desempenho em seis dos dez maiores colégios eleitorais do país. Neles, o tucano conseguiu um percentual de votos superior à média nacional obtida por ele, que estava em 23,2% ontem no início da noite.
São eles: São Paulo (28,55%), Rio Grande do Sul (32,41%), Paraná (26,99%), Pernambuco (28,5%), Santa Catarina (23,28%) e Pará (26,58%).
Segundo especialistas ouvidos pela Folha, as disputas regionais e o tipo de discurso adotado pelos candidatos foram os responsáveis por esse resultado. Alagoas foi o único Estado onde Serra teve votação mais expressiva que Lula.
Em São Paulo, o maior colégio eleitoral do país, com cerca de 25,7 milhões de eleitores, o crescimento de Geraldo Alckmin (PSDB) e a polarização com José Genoino (PT) no segundo turno podem ser capazes de dar votos a Serra. A votação expressiva conseguida por Alckmin (38,27%), ultrapassando Paulo Maluf (PPB), e o fato de ele estar no governo de São Paulo atrairiam eleitores também para Serra, segundo Gaudêncio Torquato, 55, cientista político da USP (Universidade de São Paulo).
Outros dois Estados-chave para Serra crescer no segundo turno seriam Pernambuco e Rio Grande do Sul. Segundo Torquato, Germano Rigotto (PMDB), em primeiro lugar com 41,17% para o governo do Rio Grande do Sul, consolida duas posições que colaboram com Serra: o antipetismo e a quebra do continuísmo do partido no Estado. Serra obteve 32,41% dos votos no Rio Grande do Sul. Em Pernambuco, a reeleição de Jarbas Vasconcelos (PMDB) seria o suporte para os tucanos no Nordeste, segundo avalia Torquato.
De acordo com Walder de Góes, 64, cientista político da UnB (Universidade de Brasília), o discurso mais racional de Serra cativa eleitores das metrópoles, auxiliando a projeção tucana nos dez Estados com maior número de eleitores.
Segundo Torquato, Minas Gerais e Rio de Janeiro escaparam de maior inserção serrista por questões peculiares. Aécio Neves (PSDB), eleito no primeiro turno, e o atual governador Itamar Franco teriam oscilado entre dois palanques. Ora governista, ora oposicionista. No Rio, a força de Garotinho (PSB) teria neutralizado a polarização entre Lula e Serra.


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