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Tucano vai para o 2º turno devido à performance em 6 colégios eleitorais
IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A passagem de José Serra
(PSDB) para o segundo turno foi
garantida pelo seu desempenho
em seis dos dez maiores colégios
eleitorais do país. Neles, o tucano
conseguiu um percentual de votos superior à média nacional obtida por ele, que estava em 23,2%
ontem no início da noite.
São eles: São Paulo (28,55%),
Rio Grande do Sul (32,41%), Paraná (26,99%), Pernambuco
(28,5%), Santa Catarina (23,28%)
e Pará (26,58%).
Segundo especialistas ouvidos
pela Folha, as disputas regionais e
o tipo de discurso adotado pelos
candidatos foram os responsáveis
por esse resultado. Alagoas foi o
único Estado onde Serra teve votação mais expressiva que Lula.
Em São Paulo, o maior colégio
eleitoral do país, com cerca de
25,7 milhões de eleitores, o crescimento de Geraldo Alckmin
(PSDB) e a polarização com José
Genoino (PT) no segundo turno
podem ser capazes de dar votos a
Serra. A votação expressiva conseguida por Alckmin (38,27%),
ultrapassando Paulo Maluf
(PPB), e o fato de ele estar no governo de São Paulo atrairiam eleitores também para Serra, segundo Gaudêncio Torquato, 55, cientista político da USP (Universidade de São Paulo).
Outros dois Estados-chave para
Serra crescer no segundo turno
seriam Pernambuco e Rio Grande
do Sul. Segundo Torquato, Germano Rigotto (PMDB), em primeiro lugar com 41,17% para o
governo do Rio Grande do Sul,
consolida duas posições que colaboram com Serra: o antipetismo e
a quebra do continuísmo do partido no Estado. Serra obteve
32,41% dos votos no Rio Grande
do Sul. Em Pernambuco, a reeleição de Jarbas Vasconcelos
(PMDB) seria o suporte para os
tucanos no Nordeste, segundo
avalia Torquato.
De acordo com Walder de Góes,
64, cientista político da UnB (Universidade de Brasília), o discurso
mais racional de Serra cativa eleitores das metrópoles, auxiliando
a projeção tucana nos dez Estados
com maior número de eleitores.
Segundo Torquato, Minas Gerais e Rio de Janeiro escaparam de
maior inserção serrista por questões peculiares. Aécio Neves
(PSDB), eleito no primeiro turno,
e o atual governador Itamar Franco teriam oscilado entre dois palanques. Ora governista, ora oposicionista. No Rio, a força de Garotinho (PSB) teria neutralizado a
polarização entre Lula e Serra.
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