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SÃO PAULO
PSDB e PT querem atrair os 4 milhões de eleitores malufistas, mas temem apoio declarado do ex-prefeito
Alckmin e Genoino disputam votos de Maluf
JULIA DUAILIBI
DA REPORTAGEM LOCAL
EDUARDO SCOLESE
DA AGÊNCIA FOLHA
A 20 dias da eleição, os dois candidatos que ainda estão na disputa para o governo do Estado de
São Paulo, Geraldo Alckmin
(PSDB) e José Genoino (PT), entrarão numa corrida pelos mais
de 4 milhões de votos de Paulo
Maluf (PPB). Faz parte dessa
"operação" a tentativa de aproximação com os pepebistas.
O maior receio dessa estratégia,
na avaliação de petistas e de tucanos, é um eventual estrago que
qualquer tipo de ligação com o
nome de Maluf poderia causar a
dois partidos que participaram de
alianças antimalufistas nas três
últimas eleições em São Paulo.
Em outras palavras: tanto o
PSDB quanto o PT querem o bônus de serem herdeiros dos votos
de Maluf, mas temem o ônus de
serem relacionados ao candidato.
É por isso que as duas siglas adotaram o mesmo discurso: querem
o "eleitor de Maluf, mas não o
apoio dele".
Em busca do eleitor malufista,
os tucanos querem o apoio de
prefeitos e deputados estaduais
do PPB que não fazem oposição a
Alckmin na Assembléia.
"A campanha vai crescer em todos os setores. Não vamos procurar o Maluf, mas buscaremos os
eleitores dele", afirmou o presidente estadual do PSDB, Edson
Aparecido.
O presidente estadual do PT,
Paulo Frateschi, disse que o partido não deve procurar pepebistas,
mas o voto de Maluf para Genoino será "muito bem-vindo".
"O caminho dele [Maluf" é outro, e nós vamos respeitá-lo. Não
vamos forçar a barra e convidá-lo
a estar aqui, mesmo porque haveria problema entre o eleitorado
dele e o nosso. Ele deixou muito
claro que quer derrotar os tucanos, e, para isso, o voto dele será
muito bem-vindo para o Genoino", afirmou Frateschi.
O PT aposta num perfil de eleitor que está insatisfeito com o governo e que votou, no primeiro
turno, na dobradinha Maluf para
governador e Luiz Inácio Lula da
Silva para presidente.
Na tentativa de cooptação do
malufista, que pode ser o fiel da
balança na eleição para o governo
do Estado de São Paulo, o tom da
campanha deve ser duro e mais
conservador, principalmente em
relação a questões de segurança.
Mais aliados
Além do PPB, tucanos e petistas
já estão na disputa pelo apoio dos
partidos que compõem a Frente
Trabalhista (PTB-PPS-PDT), do
candidato derrotado na eleição
paulista Antonio Cabrera.
O líder do PTB no Estado, Campos Machado, afirmou que o partido apoiará Alckmin. Apoio esse
que deveria ter sido dado formalmente já no primeiro turno, mas
que, devido à verticalização das
alianças -submissão das alianças estaduais às federais-, não
pôde ser dado. Antonio Cabrera,
que criticou o governo do Estado
na campanha, apoiará Genoino.
O PPS também havia fechado
formalmente com os tucanos antes da verticalização. O presidente
estadual do partido, Arnaldo Jardim, trabalha para a aliança com
Alckmin, tarefa que conta com o
apoio da maioria dos prefeitos do
PPS. Contra o apoio, está parte da
bancada federal da sigla, que fez
oposição ferrenha aos tucanos na
campanha presidencial.
De acordo com o presidente estadual do PDT, Roberto Batochio,
a tendência do partido é estar com
o PT no segundo turno em São
Paulo. Os tucanos devem trabalhar para o apoio dos pedetistas.
Assim como o PDT, o PMDB,
de Orestes Quércia, e o PL, de Valdemar Costa Neto, devem caminhar em direção ao PT. Já o PSB
espera a decisão nacional do partido para definir sua posição no
Estado. Luiza Erundina (PSB) já
declarou voto em Genoino.
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