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Massa dos que ganham até R$ 700 dá vantagem a Lula
Petista supera Alckmin entre os 47% com renda familiar até dois salários mínimos
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva larga na frente
no segundo turno da eleição presidencial empurrado
pelos eleitores mais pobres. Das quatro faixas de renda pesquisadas pelo Datafolha, é apenas na mais baixa, aquela dos que têm renda familiar de até R$ 700, que o petista consegue superar Geraldo Alckmin. Para
além das divisões estritas de renda, Lula e Alckmin
também dividem o país quando se trata da cor declarada dos eleitores e da escolaridade. Brancos, ricos e
com nível superior pendem para Alckmin. Pretos, pobres e eleitores com somente o nível fundamental
apóiam, majoritariamente, o presidente Lula.
FLÁVIA MARREIRO
RAFAEL CARIELLO
DA REPORTAGEM LOCAL
São os eleitores com renda
familiar de até dois salários mínimos que garantem a liderança do presidente Luiz Inácio
Lula da Silva diante de Geraldo
Alckmin (PSDB) registrada na
primeira pesquisa sobre a disputa presidencial feita no segundo turno, nas últimas quinta e sexta-feira, pelo Datafolha.
Se Lula, no total de entrevistados, tem 50% das intenções
de voto contra 43% das preferências para Alckmin, ele no
entanto só mantém a dianteira
em apenas uma das quatro faixas de renda pesquisadas.
Entre os que têm renda mais
baixa, o petista registra 59%
das intenções de voto, contra
34% para Alckmin. Já entre os
eleitores que compõem a faixa
dos 2 aos 5 salários mínimos, o
tucano aparece com 49%, e Lula, 45%. Entre 5 e 10 salários
mínimos, o candidato do PSDB
tem 51%, e o do PT, 41%. Na faixa dos que têm renda de mais
de 10 salários, Alckmin aparece
com 69%, contra 24% de Lula.
Isso termina por criar, segundo Mauro Paulino, diretor-geral do Datafolha, "o pleito,
desde a volta das eleições diretas, em que mais claramente os
diferentes estratos do eleitorado tomam posição".
Segundo o Datafolha, os eleitores com renda de até dois mínimos representam 47% do total. Considerando-se tal fatia, o
instituto calcula que 28 pontos
dos 50% das intenções de voto
para por Lula provêm dos eleitores de renda mais baixa; 16
pontos dos que ganham entre 2
e 5 salários, quatro pontos dos
que têm renda entre 5 e 10 salários, e um ponto dos que ganham mais de dez salários.
No caso de Alckmin, dos seus
43%, 16 pontos vêm dos que ganham até dois salários mínimos. Dezessete pontos dos eleitores que têm renda entre 2 e 5
salários mínimos. Cinco dos
que recebem entre 5 e 10 salários. E três pontos dos que ganham acima de 10 salários.
De certo modo, Lula tinha razão ao dizer que pode "andar
pelas pernas" do povo. Descontados os pontos acrescentados
ao seu percentual pelos mais
pobres, ele totalizaria 22% dos
votos. Feito o mesmo exercício
hipotético com Alckmin, o tucano se sairia com 27%.
Na divisão por regiões -em
que no primeiro turno Alckmin
ganhava no Sul, no Sudeste e no
Centro-Oeste-, considerada a
margem de erro de dois pontos
percentuais para mais ou para
menos, o tucano sai na frente
no Sul (57% contra 33% de Lula), empata no Sudeste (47%
contra 45%), mas perde no
Nordeste (onde o presidente
tem 67%, e o tucano, 28%) e no
Norte e Centro-Oeste, onde,
considerados juntos, Lula tem
50% dos votos, e Alckmin, 44%.
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