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Além de renda, cor e escolaridade também dividem os eleitores de petista e de tucano
DA REPORTAGEM LOCAL
Não é só na diferença estrita
de renda que se expressa a divisão do eleitorado entre Luiz
Inácio Lula da Silva e Geraldo
Alckmin. Estão com o petista,
majoritariamente, os negros, os
pardos, e os menos escolarizados, demonstra o Datafolha.
Quanto mais branco, mais rico e mais escolarizado, mais o
eleitor pende para o lado do
candidato tucano.
Entre os eleitores de menor
escolaridade, os que têm apenas o nível fundamental completo, 57% disseram que votariam em Lula, enquanto 36%
diziam preferir Alckmin.
Na faixa dos que têm o nível
médio, Alckmin aparece com
48%, contra 45% para Lula. Entre os eleitores que têm o nível
superior, 56% declaram voto
no tucano, e 35% em Lula.
Quanto à cor declarada pelos
eleitores ouvidos, Lula vai melhor entre negros (63%, contra
29% do tucano) e pardos (54%
contra 40%). Alckmin consegue aparecer à frente do presidente entre brancos (51% contra 42% para Lula) e amarelos
(49% contra 44%).
Os que se dizem pardos e negros, juntos, representam 50%
do eleitorado, e os que se apresentam como brancos são 43%
dos votantes.
O antropólogo Otavio Velho,
professor do Museu Nacional
da UFRJ, aponta uma "convergência de interesses" entre a
massa do eleitorado de Lula e o
governo petista.
Velho diz que os grupos e as
organizações populares, de maneira autônoma, se sentem
mais competentes e com maior
capacidade "de resistir às pressões que são feitas sobre elas".
"Havia uma ideologia muito
forte da unidade nacional que
pressupunha uma grande harmonia. Entre as classes mas
também entre os grupos étnicos. Essa forma ideológica da
auto-identificação do brasileiro está ruindo."
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