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PT ressuscita chavões de oposição para atacar tucano
Sivam, Alca, Proer e privatizações voltam à pauta
FÁBIO ZANINI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
VERA MAGALHÃES
DO PAINEL, EM BRASÍLIA
Na primeira semana de campanha do segundo turno, o PT
exumou chavões de seus anos
na oposição para atacar o presidenciável Geraldo Alckmin.
Subitamente reapareceram
os fantasmas de uma suposta
privatização da Petrobras, o caso Sivam, o Proer (programa de
ajuda a bancos) e a anexação
aos EUA que representaria a
Alca (Área de Livre Comércio
das Américas), entre outros.
Todos usados como munição
contra o candidato tucano
-cuja eleição representaria a
volta do "neoliberalismo", outro termo que teve o pó espanado pelos lulistas.
Mais do que uma reciclagem,
a retórica nostálgica dá pistas
de como poderá ser o comportamento do partido se perder a
eleição: tão ou mais agressivo
do que era no governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). "Será a volta do PT de
rua. Se Alckmin vencer, o país
ficará ingovernável", diz um
deputado petista, repetindo o
mantra de líderes do partido
que é visto como ameaça golpista pela oposição.
Após o choque com o resultado do primeiro turno, a campanha de Lula não perdeu tempo
em relacionar Alckmin com a
"privataria" (supostas irregularidades) das vendas da Telebras
e da Vale do Rio Doce por FHC.
"Nós não temos nas nossas portas a negociata gigantesca que
foi a privataria no país", disse o
coordenador da campanha de
Lula, Marco Aurélio Garcia, em
"entrevista" ao site do PT.
No dia seguinte, o boletim do
comitê petista foi além: "Num
eventual governo Alckmin, a
Petrobras, o Banco do Brasil, a
Caixa Econômica Federal entrariam na fila da privatização".
Para os tucanos, a acusação foi
grave o suficiente para gerar
um desmentido oficial.
Outra palavra de ordem ressuscitada do léxico do PT oposicionista é o "Fora Alca", que
retornou após um longo período de hibernação. A campanha
de Lula tenta colar nos tucanos
a defesa da área de livre comércio, que significaria uma ameaça à "inserção soberana". "Há o
risco Alckmin, que é o risco de
que nós venhamos a ter a Alca e
uma política externa de submissão", afirmou Garcia.
Falar em "risco Alckmin"
-uma óbvia resposta do PT ao
"risco Lula" que derrubou os
mercados em 2002- não é um
acaso. Desde as primeiras horas de campanha de segundo
turno, o comitê petista baixou
ordem para que o partido passasse a martelar a expressão.
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