São Paulo, domingo, 08 de outubro de 2006

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PT ressuscita chavões de oposição para atacar tucano

Sivam, Alca, Proer e privatizações voltam à pauta

FÁBIO ZANINI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

VERA MAGALHÃES DO PAINEL, EM BRASÍLIA Na primeira semana de campanha do segundo turno, o PT exumou chavões de seus anos na oposição para atacar o presidenciável Geraldo Alckmin.
Subitamente reapareceram os fantasmas de uma suposta privatização da Petrobras, o caso Sivam, o Proer (programa de ajuda a bancos) e a anexação aos EUA que representaria a Alca (Área de Livre Comércio das Américas), entre outros. Todos usados como munição contra o candidato tucano -cuja eleição representaria a volta do "neoliberalismo", outro termo que teve o pó espanado pelos lulistas.
Mais do que uma reciclagem, a retórica nostálgica dá pistas de como poderá ser o comportamento do partido se perder a eleição: tão ou mais agressivo do que era no governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). "Será a volta do PT de rua. Se Alckmin vencer, o país ficará ingovernável", diz um deputado petista, repetindo o mantra de líderes do partido que é visto como ameaça golpista pela oposição.
Após o choque com o resultado do primeiro turno, a campanha de Lula não perdeu tempo em relacionar Alckmin com a "privataria" (supostas irregularidades) das vendas da Telebras e da Vale do Rio Doce por FHC. "Nós não temos nas nossas portas a negociata gigantesca que foi a privataria no país", disse o coordenador da campanha de Lula, Marco Aurélio Garcia, em "entrevista" ao site do PT.
No dia seguinte, o boletim do comitê petista foi além: "Num eventual governo Alckmin, a Petrobras, o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal entrariam na fila da privatização". Para os tucanos, a acusação foi grave o suficiente para gerar um desmentido oficial.
Outra palavra de ordem ressuscitada do léxico do PT oposicionista é o "Fora Alca", que retornou após um longo período de hibernação. A campanha de Lula tenta colar nos tucanos a defesa da área de livre comércio, que significaria uma ameaça à "inserção soberana". "Há o risco Alckmin, que é o risco de que nós venhamos a ter a Alca e uma política externa de submissão", afirmou Garcia.
Falar em "risco Alckmin" -uma óbvia resposta do PT ao "risco Lula" que derrubou os mercados em 2002- não é um acaso. Desde as primeiras horas de campanha de segundo turno, o comitê petista baixou ordem para que o partido passasse a martelar a expressão.


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