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ELEIÇÕES 2006 / A MUSA ANTI-LULA
Clarissa Garotinho rejeita Lula, mas admira Chávez
Filha dos peemedebistas vira símbolo da união entre o casal e Geraldo Alckmin
Evangélica e contra roupas
de grife, estudante
pretende ser uma das
principais articuladoras da
campanha do tucano no Rio
SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO
A alquimia entre o casal Garotinho e o presidenciável tucano, Geraldo Alckmin, criou
uma musa fluminense que mistura de Hugo Chávez a Sandy. A
estudante de jornalismo Clarissa Matheus, 24 -filha do
presidente regional do PMDB,
Anthony Garotinho, e da governadora do Rio, Rosinha Matheus- diz-se confundida nas
ruas com a cantora e admiradora do presidente da Venezuela.
Clarissa apareceu na semana
passada nos jornais e na televisão entre o casal Garotinho e
Alckmin vestindo uma camiseta onde se lia à frente "Lula
Não" e atrás "Abaixo a Corrupção". A peça é apenas mais uma
da coleção de camisas políticas
da filha mais velha do casal Garotinho, que pretende ser uma
das principais articuladoras da
campanha de Geraldo Alckmin
no Rio nos próximos dias.
""O voto nele é o da exclusão.
Não é por paixão política, por
questão ideológica, sempre criticamos a política econômica
do PSDB. Mas estamos votando
nele pela ética", justifica Clarissa, antes de exibir uma camisa
com as cores da bandeira da Venezuela que mandou confeccionar para usar no Carnaval.
No seu armário, no Palácio
Laranjeiras, residência oficial
da governadora, ela guarda várias camisetas politicas -uma
delas com o rosto de Che Guevara, autografada por Aleida, filha do revolucionário.
""O Hugo Chávez é um exemplo interessante. Não digo que
a política dele deve ser adotada
no Brasil, mas o admiro. Quando ele firmou a posição política
na Venezuela, demostrou que a
América Latina pode ser livre.
Não concordo com essa política
autoritária norte-americana de
intervir nos outros países. Sou
favorável à autodeterminação
dos povos", disse a estudante
de jornalismo, que já visitou a
Venezuela e Cuba.
Evangélica, Clarissa apresentou por dois anos um programa
de música gospel em cadeia nacional e adota um estilo discreto no guarda-roupa. Apresenta-se como o anti-exemplo de Lu
Alckmin e suas centenas de
vestidos. Diz não gostar de grifes: ""Não tenho nenhuma roupa da Daslu".
Com 52 kg e 1,60 m, a jovem,
que já foi produtora de Xuxa, é
freqüentemente confundida
com a cantora Sandy. ""Deve ser
pelo cabelo. Gosto da música
dela, mas não faço nada para
copiá-la", afirma. Ela já tingiu
os cabelos de ruivo e loiro, mas
atualmente está com eles de
cor castanho-escuro. ""Gosto de
mudar de cara. Faz bem."
Ela elogia Hugo Chávez, Che
Guevara, Getúlio Vargas e Juscelino Kubistchek, mas afirma
que o pai é o guru político.
""Meus pais não tinham com
quem me deixar, e eu os seguia
em passeatas, programas de rádio. A política sempre esteve na
minha vida", conta.
Sobre seu futuro político, ela
não descarta estrear na próxima eleição. ""Antes, dizia que
não me candidataria de jeito
nenhum. Hoje, vejo que não
tem maneira melhor de mudar
a sociedade", finaliza Clarissa.
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