São Paulo, domingo, 08 de outubro de 2006

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ELEIÇÕES 2006 / A MUSA ANTI-LULA

Clarissa Garotinho rejeita Lula, mas admira Chávez

Filha dos peemedebistas vira símbolo da união entre o casal e Geraldo Alckmin

Evangélica e contra roupas de grife, estudante pretende ser uma das principais articuladoras da campanha do tucano no Rio

SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO

A alquimia entre o casal Garotinho e o presidenciável tucano, Geraldo Alckmin, criou uma musa fluminense que mistura de Hugo Chávez a Sandy. A estudante de jornalismo Clarissa Matheus, 24 -filha do presidente regional do PMDB, Anthony Garotinho, e da governadora do Rio, Rosinha Matheus- diz-se confundida nas ruas com a cantora e admiradora do presidente da Venezuela.
Clarissa apareceu na semana passada nos jornais e na televisão entre o casal Garotinho e Alckmin vestindo uma camiseta onde se lia à frente "Lula Não" e atrás "Abaixo a Corrupção". A peça é apenas mais uma da coleção de camisas políticas da filha mais velha do casal Garotinho, que pretende ser uma das principais articuladoras da campanha de Geraldo Alckmin no Rio nos próximos dias.
""O voto nele é o da exclusão. Não é por paixão política, por questão ideológica, sempre criticamos a política econômica do PSDB. Mas estamos votando nele pela ética", justifica Clarissa, antes de exibir uma camisa com as cores da bandeira da Venezuela que mandou confeccionar para usar no Carnaval.
No seu armário, no Palácio Laranjeiras, residência oficial da governadora, ela guarda várias camisetas politicas -uma delas com o rosto de Che Guevara, autografada por Aleida, filha do revolucionário.
""O Hugo Chávez é um exemplo interessante. Não digo que a política dele deve ser adotada no Brasil, mas o admiro. Quando ele firmou a posição política na Venezuela, demostrou que a América Latina pode ser livre. Não concordo com essa política autoritária norte-americana de intervir nos outros países. Sou favorável à autodeterminação dos povos", disse a estudante de jornalismo, que já visitou a Venezuela e Cuba.
Evangélica, Clarissa apresentou por dois anos um programa de música gospel em cadeia nacional e adota um estilo discreto no guarda-roupa. Apresenta-se como o anti-exemplo de Lu Alckmin e suas centenas de vestidos. Diz não gostar de grifes: ""Não tenho nenhuma roupa da Daslu".
Com 52 kg e 1,60 m, a jovem, que já foi produtora de Xuxa, é freqüentemente confundida com a cantora Sandy. ""Deve ser pelo cabelo. Gosto da música dela, mas não faço nada para copiá-la", afirma. Ela já tingiu os cabelos de ruivo e loiro, mas atualmente está com eles de cor castanho-escuro. ""Gosto de mudar de cara. Faz bem."
Ela elogia Hugo Chávez, Che Guevara, Getúlio Vargas e Juscelino Kubistchek, mas afirma que o pai é o guru político.
""Meus pais não tinham com quem me deixar, e eu os seguia em passeatas, programas de rádio. A política sempre esteve na minha vida", conta.
Sobre seu futuro político, ela não descarta estrear na próxima eleição. ""Antes, dizia que não me candidataria de jeito nenhum. Hoje, vejo que não tem maneira melhor de mudar a sociedade", finaliza Clarissa.


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