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ELEIÇÕES 2008 / SÃO PAULO
Kassab dará R$ 600 mi a empresas de ônibus
Para cumprir promessa de não aumentar preço da passagem em 2009, democrata gastará mais com "compensação tarifária"
Montante representa 2,4% do Orçamento para o ano que vem e é superior às previsões de gastos para
13 secretarias municipais
DA REPORTAGEM LOCAL
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), quer destinar 2,4% do Orçamento de
2009 para o subsídio do transporte coletivo. Serão R$ 600
milhões às empresas de transporte, dos R$ 29,4 bilhões de
receita total prevista, com o objetivo de manter a tarifa em R$
2,30 -uma das promessas de
campanha do democrata.
Esse valor, destinado à "compensação tarifária", é superior
ao Orçamento 2009 de 13 secretarias. Equivale, por exemplo, a mais de três vezes a previsão para a Secretaria de Esporte, Lazer e Recreação (R$ 188,9
milhões) e quase duas vezes os
R$ 313 milhões previstos para a
Secretaria da Cultura.
O valor é quase o dobro dos
recursos previstos para este
ano, R$ 350 milhões, e mais de
três vezes (329%) superior aos
R$ 140 milhões planejados no
Orçamento para 2006 -o que
equivalia a 0,81% do Orçamento (R$ 17,2 bilhões).
Naquele ano, porém, o primeiro da administração Kassab
(José Serra deixou a prefeitura
para ser governador), o gasto
com subsídios ultrapassou em
muito a previsão. Chegou a
R$ 300 milhões. No ano seguinte, o gasto chegou a R$ 392
milhões -contra a previsão anterior de R$ 320 milhões.
Para 2008, Kassab previu
gastar R$ 350 milhões com os
subsídios, mas, até ontem, o
gasto era de R$ 470 milhões, segundo levantamento feito pelo
vereador Paulo Fiorilo (PT) no
Sistema de Execução Orçamentária, a pedido da Folha.
Com esses números, a média
mensal chega a quase R$ 50
milhões mensais, e o gasto até o
final do ano deve ficar próximos dos R$ 600 milhões previstos para 2009.
Isso indica que a previsão de
gasto pode até estar subestimada. No ano passado, a média
mensal de gastos foi de R$ 27
milhões e, em 2006, de R$ 25
milhões.
De acordo com dados da Secretaria de Planejamento, o repasse dos subsídios começou
no final de julho de 2003. Foram R$ 119 milhões (1,02%)
dos R$ 11,6 bilhões orçados para aquele ano. Em 2004, segundo a pasta, ano da implantação
do bilhete único, foram R$ 280
milhões de "compensação tarifária" ou 1,96% dos R$ 14,3 bilhões do Orçamento.
A explosão no número dos
repasses às empresas na gestão
Kassab não é acompanhada,
porém, pelo crescimento do
número de passageiros transportados nesse período.
De acordo com dados da
SPTrans (empresa municipal
responsável pelo transporte
público), desde 2005, o crescimento médio de passageiros de
ônibus foi de 3,4%. De 2007 para este ano, o crescimento na
média mensal foi de apenas
1,52% (até agosto).
Muito longe dos 74% de incremento nos valores repassados às empresas pelos subsídios na comparação entre a média mensal dos dois anos.
O último reajuste da passagem na capital paulista ocorreu
em novembro de 2006, logo
após as eleições, quando ela
saltou de R$ 2 para R$ 2,30.
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