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CRIME ORGANIZADO
CPI vai receber informações nesta semana sobre Ramon Morel, aliado de Fernandinho Beira-Mar
Comissão busca fornecedor de traficante
RONALDO SOARES
da Sucursal do Rio
A CPI do Narcotráfico vai receber
da Polícia Federal,
nesta semana, informações sobre o
comerciante brasileiro Ramon Morel, estabelecido
no Paraguai e apontado pela PF
como o maior fornecedor de drogas do traficante Luiz Fernando
da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, principal alvo da atual fase
da CPI.
De acordo com a PF, a droga comercializada por Beira-Mar no
Rio e em outros Estados é produzida em uma fazenda de Morel
nos arredores da cidade paraguaia de Capitán Bado, na fronteira com os municípios de Aral
Moreira e Coronel Sapucaia (MS).
Agentes federais de Mato Grosso do Sul estimam que, das 30 toneladas de maconha apreendidas
pela Superintendência da PF naquele Estado este ano, 90% seriam provenientes da propriedade de Morel e se destinariam a
Beira-Mar.
A ligação entre os dois foi confirmada por Deise Valéria Batista,
apontada pela polícia do Rio como tesoureira de Beira-Mar. Em
depoimento à Polícia Civil, repassado aos integrantes da CPI do
Narcotráfico no dossiê preparado
pelo governo do Rio, Deise disse
ter feito depósitos na conta de
"um tal de Ramon" no Banco do
Brasil. O presidente da CPI, deputado Magno Malta (PPB-ES), vai
oferecer proteção policial a Batista para, segundo ele, estimular
novas revelações sobre o funcionamento da quadrilha.
Outro integrante da quadrilha
de Beira-Mar, o traficante Saulo
de Oliveira, também deverá obter
proteção policial.
Segundo levantamento da Polícia Federal, a droga produzida
por Morel seria comprada por
Beira-Mar ainda no Paraguai e
transportada para o Brasil por
meio de Kombis e caminhões.
Os carregamentos de droga seguem uma rota que passa por Mato Grosso do Sul, Paraná e São
Paulo, até chegar ao Rio.
A PF perdeu o rastro de Fernandinho Beira-Mar. Até a semana
passada, acreditava que ele estivesse no Paraguai, em uma cidade
fronteiriça com o Brasil -provavelmente acobertado por Morel.
Mas, com a intensificação das
buscas ao traficante -uma equipe de agentes da PF no Rio está
em Ponta Porã (MS) para tentar
prendê-lo-, devido à importância que vem sendo atribuída a ele
nos trabalhos da CPI do Narcotráfico, a PF acha que Beira-Mar
mudou seu paradeiro.
O deputado estadual Chico
Alencar (PT) vai propor ao plenário da Alerj (Assembléia Legislativa do Rio), na próxima terça-feira, a formação de uma comissão
especial para o acompanhamento
dos trabalhos da CPI.
No sábado, a Folha revelou que
o nome do deputado estadual Jorge Moreira Theodoro (PFL) foi
apontado por uma testemunha
ouvida pela Procuradoria Geral
de Justiça do Estado como sendo
ligado a Beira-Mar. A informação
foi passada pelo Ministério Público aos deputados da CPI e negada
por Theodoro.
Colaborou Isabel Clemente,
da Sucursal do Rio.
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