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CASO CC5
Advogado é o emitente do cheque apreendido com Youssef, suposto articulador do esquema de envio de dinheiro para o exterior
Suspeito de ligação com doleiro tem sigilo quebrado
JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA
A Justiça Federal decretou a
quebra do sigilo da conta do advogado Vandocir José dos Santos,
62, emitente de um cheque de R$
150 mil apreendido com o doleiro
Alberto Youssef, 37, no último
domingo, em Londrina (PR).
Além da quebra de sigilo, o juiz
Sérgio Fernando Moro, da 2ª Vara
Federal Criminal de Curitiba, determinou o bloqueio do saldo da
conta corrente do advogado.
Ontem, por telefone, Santos disse que não havia sido notificado
da decisão judicial e que "sofre
condenação antes de ser julgado"
(leia texto nesta página).
Youssef foi preso no domingo
por policiais federais da força-tarefa que investiga remessas ilegais
de dinheiro para o exterior pelo
Banestado (Banco do Estado do
Paraná, privatizado em 2000).
O doleiro é considerado um dos
principais articuladores do esquema de remessas para o exterior
por meio de contas CC5 (de não-residentes no Brasil) de 96 a 99.
A quebra do sigilo e o bloqueio
da conta foram um pedido do Ministério Público Federal e buscam
descobrir vinculações entre o advogado, o doleiro e o deputado federal José Janene (PP-PR).
O cheque emitido por Santos
estava nominal a Janene. No verso, tinha a orientação de que se referia a "caução pela equivalência
de US$ 80 mil".
Além do cheque, a força-tarefa
-integrada por procuradores da
República, policiais federais e auditores da Receita- apreendeu
documentos e cheques que mostram que o doleiro mantinha ligações com policiais federais e fazia
contribuições ao Sindicato dos
Policiais Federais do Paraná.
Petista
O deputado federal Paulo Bernardo (PT-PR) negou que tenha
participado do processo de indicação do atual chefe da Divisão da
PF em Londrina, Sandro Roberto
Viana dos Santos. Ele teria sido
conduzido ao cargo por indicação
de José Janene e Bernardo.
Segundo Paulo Bernardo, ele
não participou da indicação "de
nenhum cargo na Polícia Federal". O deputado paranaense disse desafiar o "mentiroso que plantou essa informação, com o objetivo evidente de provocar prejuízo político".
Bernardo afirmou que nem sequer conhece o delegado, que seria um dos incentivadores do projeto "O Brasileirinho", cujas cartilhas, para o Sindicato dos Policiais
Federais do Paraná, foram financiadas pelo doleiro Youssef.
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