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São Paulo, sábado, 08 de novembro de 2003

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CASO CC5

Advogado é o emitente do cheque apreendido com Youssef, suposto articulador do esquema de envio de dinheiro para o exterior

Suspeito de ligação com doleiro tem sigilo quebrado

JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA

A Justiça Federal decretou a quebra do sigilo da conta do advogado Vandocir José dos Santos, 62, emitente de um cheque de R$ 150 mil apreendido com o doleiro Alberto Youssef, 37, no último domingo, em Londrina (PR).
Além da quebra de sigilo, o juiz Sérgio Fernando Moro, da 2ª Vara Federal Criminal de Curitiba, determinou o bloqueio do saldo da conta corrente do advogado.
Ontem, por telefone, Santos disse que não havia sido notificado da decisão judicial e que "sofre condenação antes de ser julgado" (leia texto nesta página).
Youssef foi preso no domingo por policiais federais da força-tarefa que investiga remessas ilegais de dinheiro para o exterior pelo Banestado (Banco do Estado do Paraná, privatizado em 2000).
O doleiro é considerado um dos principais articuladores do esquema de remessas para o exterior por meio de contas CC5 (de não-residentes no Brasil) de 96 a 99.
A quebra do sigilo e o bloqueio da conta foram um pedido do Ministério Público Federal e buscam descobrir vinculações entre o advogado, o doleiro e o deputado federal José Janene (PP-PR).
O cheque emitido por Santos estava nominal a Janene. No verso, tinha a orientação de que se referia a "caução pela equivalência de US$ 80 mil".
Além do cheque, a força-tarefa -integrada por procuradores da República, policiais federais e auditores da Receita- apreendeu documentos e cheques que mostram que o doleiro mantinha ligações com policiais federais e fazia contribuições ao Sindicato dos Policiais Federais do Paraná.

Petista
O deputado federal Paulo Bernardo (PT-PR) negou que tenha participado do processo de indicação do atual chefe da Divisão da PF em Londrina, Sandro Roberto Viana dos Santos. Ele teria sido conduzido ao cargo por indicação de José Janene e Bernardo.
Segundo Paulo Bernardo, ele não participou da indicação "de nenhum cargo na Polícia Federal". O deputado paranaense disse desafiar o "mentiroso que plantou essa informação, com o objetivo evidente de provocar prejuízo político".
Bernardo afirmou que nem sequer conhece o delegado, que seria um dos incentivadores do projeto "O Brasileirinho", cujas cartilhas, para o Sindicato dos Policiais Federais do Paraná, foram financiadas pelo doleiro Youssef.


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