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PSDB ameaça convocar
Thomaz Bastos para CPI
FERNANDA KRAKOVICS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O PSDB ameaça pedir a convocação do ministro Márcio Thomaz Bastos (Justiça) à CPI dos
Correios, caso ele não permita o
acesso de membros da comissão a
documentos sobre a movimentação financeira do publicitário Duda Mendonça no exterior. Membros da CPI devem se reunir com
o ministro ainda nesta semana.
Para a CPI dos Correios, Duda
afirmou ter recebido R$ 10,5 milhões do PT, não declarados à Justiça Eleitoral, em um paraíso fiscal
como pagamento de dívidas das
campanhas de 2002. Ele foi o marqueteiro da campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"O PSDB vai apresentar requerimento de convocação, mas, se
ele receber os membros da CPI e
tomar as providências necessárias, talvez não seja preciso", disse
o deputado Eduardo Paes (RJ).
O presidente da CPI, senador
Delcídio Amaral (PT-MS) encontrou-se com o ministro na terça
passada, quando foi cancelada
viagem de integrantes da comissão aos EUA. O objetivo era pedir
ao Departamento de Justiça e à
Promotoria Distrital de Nova
York acesso à movimentação financeira de Duda. Os órgãos não
teriam respondido ao pedido.
A CPI acusa o DRCI (Departamento de Recuperação de Ativos), do Ministério da Justiça, de
dificultar seu relacionamento da
CPI com a Promotoria Distrital de
NY e de não querer compartilhar
os dados bancários de Duda.
A assessoria de imprensa do
DRCI diz que está colaborando
com as investigações da CPI, mas
que a Promotoria Distrital de NY
só liberou os documentos para
Ministério da Justiça, Polícia Federal e Ministério Público. Relatório interno da PF, revelado pela
Folha no sábado, também acusa o
DRCI de "criar obstáculos" para o
acesso aos documentos.
Ontem, o Itamaraty encaminhou um fax à CPI, para marcar
audiência na Promotoria Distrital
de NY amanhã de manhã. "Vai
ser difícil cumprir essa agenda.
Marcam uma audiência em Nova
York, que não é ali na esquina e
nos avisam com 48 horas de antecedência", disse Paes.
A oposição não está unida
quanto à convocação do ministro.
"Primeiro temos que pedir providências e depois cobrá-las. Vamos pedir ao ministro que determine o encaminhamento dos documentos. Por enquanto, convocá-lo é exagero", disse o deputado
ACM Neto (PFL-BA).
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