São Paulo, terça-feira, 08 de novembro de 2005

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PSDB ameaça convocar Thomaz Bastos para CPI

FERNANDA KRAKOVICS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O PSDB ameaça pedir a convocação do ministro Márcio Thomaz Bastos (Justiça) à CPI dos Correios, caso ele não permita o acesso de membros da comissão a documentos sobre a movimentação financeira do publicitário Duda Mendonça no exterior. Membros da CPI devem se reunir com o ministro ainda nesta semana.
Para a CPI dos Correios, Duda afirmou ter recebido R$ 10,5 milhões do PT, não declarados à Justiça Eleitoral, em um paraíso fiscal como pagamento de dívidas das campanhas de 2002. Ele foi o marqueteiro da campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"O PSDB vai apresentar requerimento de convocação, mas, se ele receber os membros da CPI e tomar as providências necessárias, talvez não seja preciso", disse o deputado Eduardo Paes (RJ).
O presidente da CPI, senador Delcídio Amaral (PT-MS) encontrou-se com o ministro na terça passada, quando foi cancelada viagem de integrantes da comissão aos EUA. O objetivo era pedir ao Departamento de Justiça e à Promotoria Distrital de Nova York acesso à movimentação financeira de Duda. Os órgãos não teriam respondido ao pedido.
A CPI acusa o DRCI (Departamento de Recuperação de Ativos), do Ministério da Justiça, de dificultar seu relacionamento da CPI com a Promotoria Distrital de NY e de não querer compartilhar os dados bancários de Duda.
A assessoria de imprensa do DRCI diz que está colaborando com as investigações da CPI, mas que a Promotoria Distrital de NY só liberou os documentos para Ministério da Justiça, Polícia Federal e Ministério Público. Relatório interno da PF, revelado pela Folha no sábado, também acusa o DRCI de "criar obstáculos" para o acesso aos documentos.
Ontem, o Itamaraty encaminhou um fax à CPI, para marcar audiência na Promotoria Distrital de NY amanhã de manhã. "Vai ser difícil cumprir essa agenda. Marcam uma audiência em Nova York, que não é ali na esquina e nos avisam com 48 horas de antecedência", disse Paes.
A oposição não está unida quanto à convocação do ministro. "Primeiro temos que pedir providências e depois cobrá-las. Vamos pedir ao ministro que determine o encaminhamento dos documentos. Por enquanto, convocá-lo é exagero", disse o deputado ACM Neto (PFL-BA).


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