São Paulo, terça-feira, 08 de novembro de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

DNA não deve receber da Eletronorte, diz TCU

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A DNA, uma das agências de publicidade das quais Marcos Valério Fernandes de Souza foi sócio, poderá ter suspenso o pagamento de R$ 442 mil que ainda teria a receber da Eletronorte. A retenção dos pagamentos foi proposta por equipe de auditoria do TCU (Tribunal de Contas da União) como forma de ressarcir os cofres públicos por supostos prejuízos causados à estatal.
A direção da Eletronorte tomou conhecimento ontem do relatório de auditoria do TCU, mas somente hoje se manifestaria sobre as irregularidades apontadas pelos auditores na execução do contrato de publicidade.
Os auditores analisaram 121 das 7.499 notas fiscais emitidas pela DNA entre 2001 e maio deste ano, quando o contrato foi rompido em decorrência das investigações que apontaram Valério como operador do caixa dois do PT.
Num total de R$ 12,5 milhões pagos à DNA, os auditores identificaram pagamentos indevidos em R$ 566 mil. Eles pedem a retenção de R$ 442 mil dos pagamentos a serem feitos à agência.
"As questões tratadas neste relatório evidenciam a utilização de procedimentos irregulares e fraudulentos na execução do contrato de publicidade", conclui o relatório ao propor a retenção dos pagamentos como forma de recuperar "os danos levantados". Ainda não há data para a votação do relatório no plenário do TCU, mas o documento já foi encaminhado à CPI dos Correios, que investiga o desvio de dinheiro público para o "valerioduto".
Entre as irregularidades apontadas está a confecção de cartazes e camisetas promocionais por preços superiores aos de mercado e o pagamento por serviços não prestados. A Folha não conseguiu falar ontem com a DNA.

Banco do Brasil
Auditorias feitas pelo TCU e pela CGU (Controladoria Geral da União) já haviam apontado irregularidades na execução de contratos das duas agências de Valério com outras empresas estatais. No Banco do Brasil, o prejuízo causado pela DNA foi estimado pelos auditores do TCU em R$ 37,6 milhões.
O banco seria a fonte de R$ 10 milhões usados por Valério para o caixa dois do PT.
A SMPB, outra agência da qual Valério era sócio, e outras duas agências contratadas pelos Correios teriam recebido indevidamente R$ 2,6 milhões, concluiu mais recentemente a CGU. Os prejuízos apurados incluem o período de governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).


Texto Anterior: Visita oficial: Acidente com comitiva de Lula mata 3 em SP
Próximo Texto: Escândalo do "mensalão"/Hora das provas: CPI acusará Valério e Delúbio de fazer tráfico de influência
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.