São Paulo, quinta-feira, 08 de novembro de 2007

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MST e Via Campesina voltam a bloquear a ferrovia da Vale do Rio Doce no Pará

FELIPE BÄCHTOLD
DA AGÊNCIA FOLHA

O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e a Via Campesina voltaram a invadir a Estrada de Ferro Carajás, da Vale do Rio Doce, no sudeste do Pará. Os movimentos já haviam bloqueado o trecho da ferrovia que passa por Parauapebas (836 km de Belém) nos dias 17 e 18 de outubro.
Os manifestantes estão sobre os trilhos interrompendo o trânsito na estrada. A companhia diz que, na manhã de ontem, cerca de 300 manifestantes encapuzados cercaram e apedrejaram uma locomotiva. A empresa afirma que cinco funcionários foram feitos reféns por 30 minutos. A coordenação do MST no Estado nega.
Segundo os sem-terra, 4.500 pessoas estão acampadas no ponto bloqueado da ferrovia. Para a Polícia Militar, que não está no local, mas diz acompanhar a situação, são 400. Garimpeiros participam da ação.
Como a ferrovia é uma concessão do governo federal, só a PF, que diz não ter sido notificada, pode intervir.
O MST protesta pela reforma agrária e contra a atuação da Vale no Pará. O movimento é a favor da reestatização da companhia. Segundo os sem-terra, os governos federal e estadual não deram respostas às reivindicações apresentadas em reuniões nas últimas semanas. O MST afirma que vai permanecer na região até que as negociações sejam retomadas.
A mineradora obteve na Justiça em outubro uma liminar determinando que os sem-terra saíssem das margens da estrada. A companhia classifica a ação como "prática criminosa". Segundo a empresa, os trens que passam pela estrada de ferro transportam 1.300 passageiros e 250 mil toneladas de minério de ferro diariamente.
O Estado diz que o impasse deve ser resolvido até hoje.


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