|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
MST e Via Campesina voltam a bloquear a ferrovia da Vale do Rio Doce no Pará
FELIPE BÄCHTOLD
DA AGÊNCIA FOLHA
O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e
a Via Campesina voltaram a invadir a Estrada de Ferro Carajás, da Vale do Rio Doce, no sudeste do Pará. Os movimentos
já haviam bloqueado o trecho
da ferrovia que passa por Parauapebas (836 km de Belém)
nos dias 17 e 18 de outubro.
Os manifestantes estão sobre
os trilhos interrompendo o
trânsito na estrada. A companhia diz que, na manhã de ontem, cerca de 300 manifestantes encapuzados cercaram e
apedrejaram uma locomotiva.
A empresa afirma que cinco
funcionários foram feitos reféns por 30 minutos. A coordenação do MST no Estado nega.
Segundo os sem-terra, 4.500
pessoas estão acampadas no
ponto bloqueado da ferrovia.
Para a Polícia Militar, que não
está no local, mas diz acompanhar a situação, são 400. Garimpeiros participam da ação.
Como a ferrovia é uma concessão do governo federal, só a
PF, que diz não ter sido notificada, pode intervir.
O MST protesta pela reforma
agrária e contra a atuação da
Vale no Pará. O movimento é a
favor da reestatização da companhia. Segundo os sem-terra,
os governos federal e estadual
não deram respostas às reivindicações apresentadas em reuniões nas últimas semanas. O
MST afirma que vai permanecer na região até que as negociações sejam retomadas.
A mineradora obteve na Justiça em outubro uma liminar
determinando que os sem-terra saíssem das margens da estrada. A companhia classifica a
ação como "prática criminosa".
Segundo a empresa, os trens
que passam pela estrada de ferro transportam 1.300 passageiros e 250 mil toneladas de minério de ferro diariamente.
O Estado diz que o impasse
deve ser resolvido até hoje.
Texto Anterior: Lula encerra encontro com MST após invasão Próximo Texto: Trabalho escravo: Missão dos EUA discutirá tema em visita ao país Índice
|