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Para apurar vazamento, polícia apreende furgão e papéis da Abin
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
As investigações sobre o vazamento de informações da
Operação Satiagraha levaram a
Polícia Federal a apreender
"uma viatura técnica", tipo furgão, na sede da Abin (Agência
Brasileira de Inteligência),
além de computadores e documentos, afirmou o presidente
da Asbin (associação de servidores da agência), Nery Kluwe.
Também houve apreensões
em escritórios da instituição
em São Paulo e no Rio de Janeiro. Oficialmente, nem a Abin
nem a Polícia Federal comentaram as buscas na agência.
Segundo o jornal "O Globo",
policiais da Corregedoria Geral
da PF foram à sede da Abin na
manhã da última quarta-feira e,
de posse de uma ordem expedida pelo juiz Ali Mazloum, da 7ª
Vara Criminal de São Paulo,
apreenderam o computador
usado pelo analista de inteligência Délio Brown, da Diretoria de Operações.
As residências de Délio e de
outro analista que também
participou da Satiagraha foram
alvo de buscas. Segundo o jornal, numa das casas, equipamentos da mulher de um dos
analistas, uma médica, também
teriam sido apreendidos. "O
clima é de indignação", afirmou
Nery Kluwe.
O presidente da associação
disse que "a viatura técnica"
serve para agentes ficarem observando o movimento de pessoas. "Não há dentro do carro
equipamentos para captar conversa nas proximidades de onde estiver estacionado."
Existe a suspeita de que o
presidente do STF (Supremo
Tribunal Federal), Gilmar
Mendes, tenha sido alvo de escutas ilegais em conversa com
o senador Demóstenes Torres
(DEM-GO).
Relatório da Secretaria de
Segurança do STF, divulgado
em agosto pela revista "Época",
falava em "um possível monitoramento [escuta ilegal] que pode ter ocorrido nas proximidades do edifício sede".
A ação da Polícia Federal
nesta semana acirrou ainda
mais os ânimos entre os dois
órgãos, que travam uma disputa nos bastidores.
Então diretor da Abin, Paulo
Lacerda -que já foi diretor-geral da PF no governo Lula- foi
afastado depois de terem sido
levantadas suspeitas da participação de agentes da agência
em escutas clandestinas.
Mais de 50 agentes da Abin
trabalharam na primeira fase
da Satiagraha, sob o comando
do delegado Protógenes Queiroz, que também não está mais
à frente das investigações sobre
os supostos crimes cometidos
pelo banqueiro Daniel Dantas.
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