São Paulo, sábado, 08 de novembro de 2008

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Para apurar vazamento, polícia apreende furgão e papéis da Abin

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As investigações sobre o vazamento de informações da Operação Satiagraha levaram a Polícia Federal a apreender "uma viatura técnica", tipo furgão, na sede da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), além de computadores e documentos, afirmou o presidente da Asbin (associação de servidores da agência), Nery Kluwe.
Também houve apreensões em escritórios da instituição em São Paulo e no Rio de Janeiro. Oficialmente, nem a Abin nem a Polícia Federal comentaram as buscas na agência.
Segundo o jornal "O Globo", policiais da Corregedoria Geral da PF foram à sede da Abin na manhã da última quarta-feira e, de posse de uma ordem expedida pelo juiz Ali Mazloum, da 7ª Vara Criminal de São Paulo, apreenderam o computador usado pelo analista de inteligência Délio Brown, da Diretoria de Operações.
As residências de Délio e de outro analista que também participou da Satiagraha foram alvo de buscas. Segundo o jornal, numa das casas, equipamentos da mulher de um dos analistas, uma médica, também teriam sido apreendidos. "O clima é de indignação", afirmou Nery Kluwe.
O presidente da associação disse que "a viatura técnica" serve para agentes ficarem observando o movimento de pessoas. "Não há dentro do carro equipamentos para captar conversa nas proximidades de onde estiver estacionado."
Existe a suspeita de que o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, tenha sido alvo de escutas ilegais em conversa com o senador Demóstenes Torres (DEM-GO).
Relatório da Secretaria de Segurança do STF, divulgado em agosto pela revista "Época", falava em "um possível monitoramento [escuta ilegal] que pode ter ocorrido nas proximidades do edifício sede".
A ação da Polícia Federal nesta semana acirrou ainda mais os ânimos entre os dois órgãos, que travam uma disputa nos bastidores.
Então diretor da Abin, Paulo Lacerda -que já foi diretor-geral da PF no governo Lula- foi afastado depois de terem sido levantadas suspeitas da participação de agentes da agência em escutas clandestinas.
Mais de 50 agentes da Abin trabalharam na primeira fase da Satiagraha, sob o comando do delegado Protógenes Queiroz, que também não está mais à frente das investigações sobre os supostos crimes cometidos pelo banqueiro Daniel Dantas.


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