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Aécio "não disse a que veio", diz cúpula do PT
Em reunião, petistas reagem a críticas de governador tucano, que havia dito que o governo Lula pôs "a ética debaixo do tapete"
Para Ricardo Berzoini, Aécio precisa afinar seu discurso;
Marco Aurélio Garcia afirma que ele deve tomar cuidado para não ser "eletrocutado"
MARIA CLARA CABRAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A cúpula do PT reagiu ontem,
durante reunião do Diretório
Nacional, a críticas feitas pelo
governador de Minas Gerais,
Aécio Neves (PSDB), ao governo Lula. O vice-presidente do
PT e assessor especial da Presidência, Marco Aurélio Garcia,
afirmou que o mineiro precisa
tomar cuidado com "fios desencapados" e também atacou
o tucano Geraldo Alckmin, dizendo que o "picolé derreteu".
"O governador [Aécio] não
disse a que veio. Ele acha que os
problemas do país se resolvem
com choque de gestão. Ele está
repetindo com mais charme o
que o Alckmin fez, até porque
com menos [charme] seria impossível. E o Alckmin, quando
foi confrontado com uma campanha substantiva, acabou. Ele
[Aécio] tem de tomar cuidado
com fios desencapados para
não acabar sendo eletrocutado", disse o assessor de Lula.
Garcia rebateu as declarações feitas por Aécio durante
visita ao Congresso nesta semana, quando disse que o governo "tinha colocado a ética
debaixo do tapete" e que "seria
perverso para o Brasil mais
quatro anos disso que está aí".
Já o presidente nacional da
sigla, deputado Ricardo Berzoini, disse que as críticas de Aécio
"foram nitidamente direcionadas para o público interno" tucano, já que quem defendeu
uma aproximação com o PT
nas eleições deste ano foi o governador. "Não queremos uma
aproximação com o desemprego, com o FHC, ele [Aécio] sim.
O governador precisa afinar
melhor o seu discurso", disse.
Com a antecipação da disputa pela sucessão presidencial
por parte de Aécio, integrantes
do Diretório Nacional do PT
defenderam que o partido também deva começar, o mais rápido possível, a discutir oficialmente o cenário de 2010 com
outras siglas. O candidato, no
entanto, só deve ser anunciado
em fevereiro de 2010, durante
congresso nacional do partido.
Ontem, o único nome mencionado durante o encontro foi o
de Dilma Rousseff (Casa Civil).
Durante uma análise das
eleições, o PT também concluiu que terá de rever o tratamento dado aos eleitores da
classe média e à militância jovem. A sigla quer ainda uma
mudança comportamental para evitar o sentimento anti-PT
que tomou conta principalmente de São Paulo e Porto
Alegre. Uma das alternativas,
disse o prefeito de Recife, João
Paulo, é mudar a relação com a
imprensa. A decisão prática tomada ontem foi a de manter as
eleições internas do partido para 22 de novembro de 2009.
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