São Paulo, domingo, 08 de dezembro de 2002

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Relatório prevê pouco recurso do BNDES

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Documentos elaborados pela equipe de transição apontam que o PT não espera muito no próximo ano de uma das principais fontes de recursos para investimentos econômicos e sociais listadas no programa de governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva: o BNDES.
"É possível prever, desde logo, um ano apertado, em que serão muito poucos os recursos para investimento nas prioridades do novo governo", diz relatório sobre o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.
O programa de Lula reserva papéis importantes ao órgão, entre eles o de ser um dos maiores fomentadores do setor exportador, de forma a dar ao país um superávit comercial que independa da desvalorização do real, e financiar o programa Primeiro Emprego, de subsídios para empresas que contratem jovens.
No relatório da transição, considera-se o cenário desenhado para 2003 pela atual administração do BNDES -com investimentos de R$ 36 bilhões, dos quais R$ 9 bilhões no primeiro trimestre- "excessivamente otimista".

Recursos garantidos
Essa avaliação está baseada nos números de 2002.
Segundo os técnicos petistas, do total de R$ 39,2 bilhões disponíveis para este ano, apenas R$ 23,4 bilhões são recursos "garantidos".
Os recursos do BNDES têm duas origens principais: o retorno dos empréstimos que faz ao setor produtivo e o FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador).
Para o PT, porém, o FAT está se esgotando como fonte de dinheiro novo, uma vez que o banco também tem compromissos financeiros com o fundo.
"A situação atual caminha para um virtual esgotamento deste recurso [o FAT" enquanto fonte de novos recursos para aplicações", diz o documento.
Para a equipe de transição, é "imprescindível" que o BNDES busque recursos externos, ainda que a estratégia seja "pouco recomendável estrategicamente", em razão do cenário externo desfavorável.
Numa demonstração da preocupação do PT com as contas públicas, o relatório faz ressalvas a recursos do orçamento do BNDES ligados ao Tesouro, que "efetivamente representam uma redução do superávit primário [a parcela das receitas do governo destinada a pagar juros"".
(GUSTAVO PATÚ)


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